Marcano pode ser a voz que falta em campo ao FC Porto
Após um calvário que durou 14 meses, Marcano encontra-se na fase final da recuperação à cirurgia a que se submeteu devido a uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, lesão sofrida contra o Est. Amadora na época anterior. O central já se treina com os colegas há alguns dias, utilizando chuteiras, o que indica que está preparado para regressar à competição. Contudo, falta o mais importante: readquirir o ritmo de competição. Este é um objetivo que irá concretizar nos próximos tempos, com a expectativa de que possa voltar a ser uma opção para Vítor Bruno já em dezembro.
O regresso do espanhol é visto como uma mais-valia para o grupo, tendo em conta o peso que tem no balneário e a experiência que passa aos mais novos. Depois da saída de Pepe, nota-se a ausência de uma voz de comando em campo, sendo que Diogo Costa e Alan Varela não têm ainda esse perfil.
O facto de o plantel do FC Porto ser composto por muita juventude faz com que seja necessário — e Vítor Bruno já o reconheceu publicamente — ter alguém capaz de indicar a forma mais correta de conduzir o jogo em função do resultado e alertar para os perigos que o adversário pode causar.
Essa era a tarefa que Pepe fazia como ninguém, mas Marcano, apesar de mais discreto, também possui características similares, é autoritário e preza o detalhe no trabalho. Não é por acaso que Vítor Bruno o tem convocado sempre, mesmo sabendo que a sua condição física não é a ideal. Não é de descurar a possibilidade de Marcano fazer um ou mais jogos pela equipa B, num processo idêntico ao de Zaidu, que também baixou à formação secundária para ganhar ritmo competitivo. Faltam poucas semanas para Marcano estar a cem por cento e a equipa sente falta do seu peso em campo. Claro que não está em causa a estabilidade da dupla Nehuén Pérez/Tiago Djaló, mas se Marcano estiver mais perto do relvado e for jogando a sua presença será sinalizada pelo grupo.