Jordan Santos: «Este Mundial vai ser nosso»
Está integrado na Seleção Nacional, que inicia nas Seychelles a participação em mais um Mundial [hoje, pelas 17h30, frente ao Paraguai]. Como decorreu a preparação para a prova?
A preparação está a correr da melhor forma, como esperávamos. Estamos a habituar-nos ao clima e já fizemos alguns treinos, a equipa está motivada e, já aqui, fizemos um jogo-treino com o Japão, do qual saímos vitoriosos. Isso dá-nos alguma motivação e moral para o primeiro jogo, com o Paraguai.
Portugal está em vésperas de se estrear na fase de grupos do Mundial, na qual irá defrontar o Paraguai, o Irão e a Mauritânia. Considera que este pode ser um grupo perigoso, tendo em conta os estilos de cada uma das equipas?
Olhando para todos os grupos, cada um é perigoso e sabemos disso. O Paraguai é uma seleção forte, que já fez os seus jogos de preparação aqui e acabou por ganhá-los todos. Ganhou recentemente ao Brasil, que é o atual campeão do mundo, por isso sabemos o que aí vem mas, como disse, depende de nós e sabemos o que temos de fazer para conseguir ganhar o jogo.
Paraguai é forte, ganhou recentemente ao Brasil, campeão do Mundo
O Jordan, mais concretamente, é bicampeão mundial por Portugal, campeão em 2015 e em 2019. Por isso, também esteve com duas diferentes gerações? Existe termo de comparação?
Sim, são duas seleções super fortes e diferentes, cada seleção à sua maneira. Se calhar uma melhor tecnicamente, outra melhor fisicamente, uma que competia num futebol de praia mais evoluído, outra apanhou o futebol de praia mais evoluído… ou seja: acabam por ser duas seleções fortes à sua maneira, não dá para dizer qual a melhor ou a pior, ambas são fortes nos seus momentos. Acho que esta seleção está bem preparada para este Mundial e temos de assumir-nos como tal, como candidatos.
Irá partir para o seu sexto Mundial e já conquistou dois. Se conquistar este, irá vencer metade dos Mundiais em que participou…
É óbvio que está no meu pensamento ganhar mais um Mundial não só para ganhar três mas por a próxima competição em que estou a inserido. Todas as competições em que estou inserido pela nossa seleção, penso em ganhá-las, e como agora é o Mundial, só penso em ganhá-lo. Vou dar o meu melhor com os meus colegas sabendo que se todos nós estivermos ao nosso nível, do que é Portugal, estamos muito mais próximos de o ganhar. Estou convicto de que este vai ser nosso, não tenho a menor dúvida; basta olharmos nos olhos uns dos outros e sabemos para o que viemos.
Olhando aos seus números, falamos de alguém que já tem 261 jogos oficiais e 144 golos por Portugal e estará entre os melhores jogadores de sempre da modalidade. Sente que é uma motivação extra? Uma responsabilidade acrescida?
Sim, ambas as coisas. É uma responsabilidade boa, é óbvio que admito ser colocado nesse patamar não só por ter sido já eleito melhor jogador do mundo mas também por ter tido vários títulos europeus e mundiais e é uma honra estar nesse lado. Porém, o foco agora está no Mundial, jogo a jogo, e por sua vez nos meus companheiros e treinadores para conseguir alcançar o principal objetivo que, neste momento, é o título mundial.
A sua ligação à Seleção é já longa e jogou com grandes jogadores e na atual estrutura lida diariamente com Madjer, o expoente máximo do futebol de praia português - tricampeão mundial e com mais de mil golos por Portugal. É uma vantagem ter o apoio próximo de uma referência do futebol de praia mundial?
Claro que sim, todos os dias o Madjer acaba por ensinar-nos alguma coisa, nem que seja na forma de estar. É um ex-atleta e uma pessoa de quem temos sempre de tirar conselhos e fazemo-lo. A experiência que ele tem neste tipo de competições, nós só temos de aproveitar e somos uns sortudos por tê-la e por termos o Madjer connosco, é uma mais-valia e uma força que temos para aqui estar.
O que me falta? Conseguir ganhar este Mundial, é aquilo que quero
Foi considerado o melhor jogador do Mundo em 2019 e está a um nível constantemente elevado. Voltar a conquistar essa distinção é um objetivo para si?
Esses títulos individuais acabam por ser mais fáceis se nós, coletivamente, estivermos mais próximos dos títulos. É óbvio que o trabalho diário que tenho feito me prepara para esses momentos, para estar sempre no meu melhor e ao mais alto nível.
Tem atualmente 33 anos, o que lhe permite ainda ter muitos anos de futebol de praia pela frente. Tendo em conta que já ganhou tudo, o que é que falta ainda ao Jordan na sua carreira?
Falta-me conseguir ganhar este Mundial, que é aquilo que quero (risos)! Jogo a jogo, treino a treino vou dando o melhor, é aquilo que eu faço sempre, vivendo cada momento que vem. Quero viver cada momento e agora penso no Mundial. O que vier, virá com naturalidade.