Joga na Arménia e tem um pedido para a Seleção: «Espero um golo do 'Pai Grande'»
Portugal visita este sábado a Arménia, no início da caminhada em direção ao Mundial 2026. O futebol no país tem vindo a crescer e sobretudo, numa equipa dos arredores da capital. O Noah, que tem pouco mais de oito anos de vida, sagrou-se campeão arménio e vencedor da taça no final da temporada passada. A caminhada até à dobradinha contou com quatro nomes portugueses: Gonçalo Silva, Gonçalo Gregório, Bruno Almeida e Hélder Ferreira.
Foi este último que, contactado por A BOLA, contou como foi a viagem até terras arménias, ele que estava no Anorthosis, de Chipre. «Saí mais cedo do clube porque eles tiveram problemas financeiros. Estava de férias e um antigo treinador meu no Vitória de Guimarães contactou-me. Disse que o Noah estava interessado em mim», começou por explicar o avançado, que, confessou, não estava muito virado para a ideia ao princípio: «À primeira, quando ele me disse, não tive muito interesse. Depois o meu empresário entrou em contacto com o clube, estiveram à conversa. O Noah apresentou-me o projeto e as condições que me podiam dar e à minha família. Tivemos algum tempo de negociações e chegámos a um acordo.»
A intenção de Hélder Ferreira era, porém, continuar na ilha . «No início a minha intenção era continuar no país. Gostei bastante de lá estar. É um campeonato muito competitivo e com boa visibilidade. Quando surgiu a oportunidade de vir para o Noah, não era a minha primeira opção. Já tinha estado cá, com um colega, o Adriano Castanheira [jogava no Ararat, clube arménio] e vi um pouco de como era o campeonato e as equipas. Tinha em mente ir para um sítio mais perto de Portugal, mas quando me apresentaram o projeto, gostei e aceitei», continuou o avançado, autor de um golo na vitória frente ao Olimpija Ljubljana, numa eliminatória que valeu a passagem à fase de liga da UEFA Conference League. No ano passado, o Noah também participou na terceira prova europeia, onde defrontou o Chelsea. A derrota por 0-8 não abalou a experiência: «A experiência é boa. Claro que se sente muita diferença. É uma das melhores equipas do Mundo no momento, não é por acaso que ganhou a Liga Conferência e o Mundial de Clubes. Mas acho que são sempre boas experiências para mais tarde recordar.»
Então como é este país, onde Portugal vai jogar daqui a pouco mais de 24 horas? «A capital, Erevan, é muito bonita, movimentada. É um país em que se vive bem. A única diferença é que aqui, no inverno, há muito frio e muita neve, algo a que não estávamos habituados. É um país bastante seguro e vive-se bem», explicou Hélder Ferreira. Não sem deixar uma ressalva. «Claro que não há nada como o nosso país, e para mim, viver em Portugal é melhor que viver em qualquer outro lado», adicionou mesmo que tenha recusado propostas portuguesas por questões económicas: «Já tive propostas para voltar a Portugal, mas saí também para um pouco para resolver a minha vida financeiramente. Acho que as propostas que tive não chegam perto do que o Noah me ofereceu.» Ainda assim, tudo indica que o futuro de Hélder Ferreira, autor de 13 golos na passada temporada, continuará pela Arménia. «Acabei de renovar por mais um ano. Tenho este ano e mais outro de contrato. Neste momento estou focado em dar o meu máximo.»
Favoritisimo português e a febre CR7
«É sempre bom que eles possam jogar aqui, para os poder ver de perto», disse o avançado, referindo-se à Seleção Nacional. «E para a seleção da Arménia também vai ser muito bom jogar contra jogadores de topo mundial, os melhores do mundo. Neste momento somos das melhores seleções do Mundo. Para eles também é uma experiência muito boa», prosseguiu. A Seleção de Portugal é candidata à conquista do Mundial 2026? «Sem dúvida.»
Em todas as partes do mundo em que se fale de futebol — e não só — fala-se também de Cristiano Ronaldo. E na Arménia não é diferente. «Já se sabe que ele é um exemplo a seguir para todas as crianças, que jogam e não jogam futebol. Há muitas pessoas com a camisola do Cristiano aqui também», explicou Hélder Ferreira, que vê possibilidade de alguns fãs da casa apoiarem... CR7: «É possível que aconteça porque ele é conhecido mundialmente e tem o impacto na sociedade que todos conhecemos. Toda a gente sabe que, mesmo que os arménios queiram que a Arménia ganhe, vão ter esse 'bichinho' de apoio ao Cristiano, para que ele faça golo, para depois haver a celebração no estádio todo.»
A aposta é na vitória portuguesa com um pedido especial: «Não sei quanto vai ficar, mas já fiz apostas com os meus colegas e não tenho dúvidas de que Portugal vai ganhar. Claro que no futebol há sempre aquela incerteza, mas acho que Portugal é bastante superior. Espero muitos golos e no mínimo um do Pai Grande, que é o Cristiano Ronaldo.»