Isaac del Toro: «Pogacar disse-me para continuar a trabalhar duro»
Isaac del Toro foi uma das figuras do Mundial de fundo em Kigali. Na sua estreia na competição de elite, o mexicano, de 21 anos, foi sétimo classificado depois de ter sido protagonistas da corrida que consagrou Tadej Pogacar com a camisola arco-íris em dois anos consecutivos.
A prova conheceu um dos momentos decisivos quando, no Monte Kigali, o esloveno lançou o ataque que apenas Juan Ayuso e Del Toro conseguiram acompanhar. Poucos instantes depois, no duríssimo Muro de Kigali, em piso empedrado, o mexicano deixou o espanhol para trás e só o esloveno o conseguiu seguir. Todavia, a 67 quilómetros da meta, depois de 30 quilómetros a trabalhar com o futuro campeão, Del Toro acabou por ceder.
O jovem prodígio centro-americano explicou as dificuldades sentidas ao longo da prova: «Obviamente, ainda não estou ao nível para correr 260 km e vencer. Tive problemas de estômago quando estava na frente com Pogacar. Depois, na última volta, as dores voltaram. Precisei de abrandar o ritmo para tentar controlar. Mas, mesmo assim, estava a sofrer muito».
Apesar disso, Del Toro sai destes Mundiais com a sensação de objetivo cumprido: «Sinceramente, queria fazer a minha parte. O meu objetivo era terminar a corrida sem me arrepender da minha prestação. Queria ser um elemento-chave na corrida. Os meus dois companheiros de equipa do México deram tudo por mim e estiveram totalmente empenhados desde o início. Queria mostrar que estávamos a correr pela vitória.»
Del Toro destacou a importância do resultado: «O nível do pódio hoje foi incrível. Estou orgulhoso por ter lutado por isso nesta corrida. Penso que há muito tempo que o México não tinha uma presença tão forte num evento deste nível, por isso estou orgulhoso.»
No final, não poupou elogios a Pogacar, que viria a conquistar o título: «Pogacar disse-me depois da corrida que tinha de continuar a melhorar e a trabalhar arduamente. Felicitei-o pela vitória e pelo desempenho incrível que teve. Venceu com uma vatagem de minuto e meio. É alguém que admiro e respeito profundamente. Estou a trabalhar para diminuir a diferença para ele, passo a passo, mas sei que será muito difícil.»