Guerreiros do Minho foram do luxo ao suor (crónica)
Uma primeira de luxo dos bracarenses (3-0 ao intervalo) resultou na passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal, batendo o Nacional por 4-2 que ainda chegou a ameaçar ficando com uma desvantagem mínima, no início do segundo tempo.
Ricardo Horta entrou cheio de vontade e depois de ter ensaiado com um remate forte por cima, à segunda tentativa colocou mesmo a bola no fundo das redes. O cruzamento da direita foi de Víctor Gómez, com Fran Navarro a abrir as pernas para deixar passar e o capitão ainda trabalhou bem sob um defesa e depois finalizou para inaugurar o marcador. De depósito cheio, o camisola 21 bisou logo a seguir ao converter com sucesso uma grande penalidade, assinalada por mão na bola de José Gomes.
Os guerreiros continuavam bem frescos (após pausa internacional) e voltaram a deixar a equipa insular em sobressalto. Pau Víctor conduziu o ataque rápido, soltou para Gabri Martínez que levou a jogada até ao fim e com um remate em arco acertou no poste.
Com o controlo total do jogo, o SC Braga só tremeu ao minuto 36. José Gomes com um remate forte de fora da área obrigou Bellaarouch, que substituiu o incontestável Hornicek, a mostrar serviço com uma bela defesa. Porém, os insulares sofreram mesmo o terceiro antes do intervalo. Ricardo Horta se não marca assiste e assim foi ao bater o canto para Lagerbielke desviar de forma subtil de cabeça.
O avançado português deu tanto espetáculo que Carlos Vicens deu-lhe o merecido descanso, trocando-o por Diego Rodrigues no reatamento. No entanto, a equipa não alterou a sua toada e podia ter chegado ao quarto aos 52’ por Víctor Gómez que após a assistência de Pau Víctor rematou ao lado, quando estava em excelente posição para marcar.
Os guerreiros perdoaram e os madeirenses castigaram. Nourani, lançado para o segundo tempo, trabalhou muito bem e serviu Miguel Baeza que foi certeiro e reduziu o marcador para 3-1. O Nacional recarregou bem as baterias no descanso e pouco depois Jesús Ramírez relançou a eliminatória, com um golo em que deixou Vítor Carvalho para trás em velocidade e depois ultrapassou Bellaarouch para faturar.
Perto do final, os bracerenses conseguiram respirar de alívio com um golo construído pelos laterais. Lelo bateu o canto e, imagine-se, Víctor Gómez (1,69 metros) marcou de cabeça, surgindo solto ao segundo poste. O SC Braga ainda suou, mas carimbou mesmo o passaporte para os oitavos de final da prova rainha.
As notas dos jogadores do SC Braga: Alaa Bellaarouch (6), Gustaf Lagerbielke (7), Vítor Carvalho (5), Sikou Niakaté (5), Víctor Gómez (6), Gorby (5), João Moutinho (5), Gabri Martínez (5), Ricardo Horta (8), Pau Víctor (5), Fran Navarro (6), Diego Rodrigues (5), Bright Arrey-Mbi (5), Gabriel Moscardo (5), Leonardo Lelo (5) e El Ouazzani (-).
As notas dos jogadores do Nacional: Lucas França (4), Alan Nuñez (5), Zé Vítor (5), Leo Santos (5), José Gomes (4), Matheus Dias (5), Igor Lizieiro (5), Chiheb Labidi (5), Miguel Baeza (6), Jesús Ramírez (7), Paulinho Bóia (5), Lenny Vallier (5), Nourani (6), André Sousa (5), Deivison (5) e Martim Watts (-).
Tiago Margarido
Duas partes distintas em que claramente o SC Braga foi melhor na primeira e o Nacional na segunda. Não entrámos bem e saímos em desvantagem para o intervalo. Depois ajustámos, passámos a construir a quatro, fazendo com que o Niakaté fosse mais à linha e isso deu resultados. Tivemos algumas oportunidades e conseguimos que o jogo ficasse em aberto até ao fim.
Carlos Vicens
Contentes porque o objetivo de ganhar o jogo em casa foi alcançado. Foi uma partida muito boa, com dinamismo que causou dificuldades ao adversário. Criámos várias oportunidades de golo e faltou-nos conseguir concretizar mais. Os jogadores foram ambiciosos e isso notou-se. Os golos do Nacional surgiram de ocasiões pontuais, seguidas, que nos deixaram com alguma ansiedade.