Grande Prémio da Austrália: manutenção do 'status quo'?
Após duas semanas de pausa, a Fórmula 1 regressa com a terceiro etapa do Mundial, o Grande Prémio de Austrália, disputada em Melbourne, entre os dias 22 e 24 de março. Red Bull e Max Verstappen lideram ambas as competições – Construtores e Pilotos – e os olhos voltam a estar neerlandês, mas também em Carlos Sainz, que deverá regressar à competição depois de ter falhado o GP da Arábia Saudita devido a uma apendicite.
Detentor do recorde de vitórias consecutivas neste desporto motorizado (10), o tricampeão mundial chega a Melbourne com nove triunfos seguidos, tendo assim a oportunidade de igualar uma marca que já é sua desde o Grande Prémio de Itália de 2023, sendo o principal favorito a subir ao mais alto degrau do pódio. A questão que se coloca é a mesma que se repete nos últimos dois anos: haverá alguém capaz de enfrentar Verstappen?
Desde que os novos regulamentos entraram em vigor, 2022, Charles Leclerc em Ferrari venceu a edição desse ano, ao passo que em 2023, Verstappen ganhou ao converter a ‘pole’ position. Refira-se que Carlos Sainz deverá regressar à competição, depois de ter falhado o GP da Arábia Saudita devido a uma apendicite.
Da Arábia Saudita para a cidade nos Antípodas, algumas diferenças podem ser apontadas, especialmente uma redução da média de velocidade, ainda assim, o circuito Albert Park apresenta algumas curvas de média/alta velocidade, contrastadas com as curvas 13/14 e 1/2.
Isto pode favorecer equipas como a McLaren, cujo carro é forte neste tipo de circuitos, e não tão bom para a Mercedes - que demonstrou dificuldades nas curvas de alta velocidade em Jeddah -, apesar do segundo lugar que Lewis Hamilton conseguiu em 2023. No país saudita, em contraste com o construtor alemão, a Ferrari mostrou que o SF-24 se dá bem em provas deste tipo, corrigindo uma das principais fraquezas do carro de 2023, e surge como a principal suspeita atacar os restantes lugares no pódio.
Qualificação vital em circuito de poucas ultrapassagens
Em 2022, as estradas do circuito foram repavimentadas de modo a ‘corrigir’ os solavancos da pista e várias curvas foram alargadas para dar mais espaço aos monolugares e assim permitir melhores lutas entre pilotos - especialmente na primeira curva -, uma vez que estes se queixavam da extrema dificuldade em conseguir ultrapassagens.
Apesar do alargamanto da primeira curva, a edição passada mostrou que continua a ser território fértil para contactos entre carros:
🚩 RED FLAG 🚩
— Formula 1 (@F1) April 2, 2023
MULTIPLE CARS ARE OUT!!! #AusGP #F1 pic.twitter.com/zycwEEjlWs
Ainda assim, no passado ano verificaram-se apenas 29 manobras deste tipo, menos cinco do que em 2022. Deste modo, a fase qualificação assume uma importância redobrada e a repavimentação do circuito tornou a evolução da pista – rasto de borracha dos pneus que melhora a aderência dos carros e assim melhorias de tempo – maior. Por outras palavras, quanto mais tarde os pilotos fizerem as voltas de qualificação, em teoria, mais rápidos serão.
Pirelli disponibiliza pneus mais macios
Em 2022, Alexander Albon terminou em 10.º depois de começar em 20.º e isso deveu-se à estratégia que a Williams empregou para o tailandês, que começou de pneus duros e só fez a paragem obrigatória na volta 57/58. Isto foi possível devido ao baixo desgaste que o alcatrão da prova provoca nos pneumáticos.
From last to 10th, what an incredible performance by @alex_albon and @WilliamsRacing! 🙌
— Formula 1 (@F1) April 10, 2022
Take a bow 👏👏👏#AusGP #F1 pic.twitter.com/CpwcN3eGrn
Assim, a Pirelli mudou os compostos que disponibilizou nas últimas duas edições sendo os de 2024 mais macios e cuja durabilidade é menor para forçar mais variedade nas estratégias das equipas. Desta forma, os pneus macios, médios e duros passam a ser o C3, C4 e C5, respetivamente, sendo o C5 o macio que existe.
Isso pode alterar as estratégias que as equipas adotarão para a corrida de domingo. Em 2022, a fórmula vencedora baseou-se numa única paragem, com praticamente o ‘top-10’ inteiro a optar por jogo de pneus médio iniciais para depois adotar os mais rijos de forma a estender o período de tempo em pista. Em 2023, previa-se o mesmo, mas as três bandeiras vermelhas alteraram por completo as estratégias desenhadas.
The Australian Grand Prix is a firm favourite in the world of F1, thanks to its stunning location and the buzzy atmosphere of host city Melbourne. Pirelli's C5 compound makes its debut this weekend. 🇦🇺#Fit4F1 #Formula1 #Pirelli @F1 pic.twitter.com/4OZPkvdPAc
— Pirelli Motorsport (@pirellisport) March 19, 2024