Artem Dolgophyat - Foto: @dolgopyat_artem/instagram
Artem Dolgophyat - Foto: @dolgopyat_artem/instagram

Governo indonésio impediu a entrada de seis ginastas israelitas no território

Israelitas não podem participar nos Mundiais de ginástica artística na Indonésia, depois do governo local ter recusado vistos de entrada, por ser alinhado com a luta Palestina. O TAD recusou as providências cautelares e o campeão do Mundo que está fora de prova já veio jurar amor a Israel, embrulhado na bandeira.

O israelita Artem Dolgophyat, campeão mundial em 2023 e campeão olímpico em Tóquio2020, é um dos seis atletas que não conseguiu entrar na Indonésia, onde, a partir de domingo, se realizam os Mundiais de ginástica artística.

O governo indonésio recusou, na sexta-feira, permitir a entrada de ginastas israelitas no território, defende que o veto aos seis atletas enquadra-se nos princípios básicos da sua política externa, que se pauta pela ausência de relações diplomáticas ou contatos com Israel, enquanto o país não reconheça a Palestina como estado soberano.

Artem Dolgophyat já reagiu nas suas redes sociais. «Estou chocado por não poder participar nos Mundiais e, sobretudo, desolado por não poder representar com honra o meu país e defender o título mundial que conquistei num dos dias mais difíceis, 7 de outubro, que conhecemos como nação [Dia em que o Hamas lançou o maior ataque contra Israel, visando bases militares, kibutz e um festival de música. O movimento islamista palestiniano matou cerca de 1 200 pessoas e fez mais de 250 reféns]. »

«Eu e a nossa equipa prometemos que continuaremos a trabalhar todos os dias para colocar a nossa bandeira no lugar mais alto possível e continuar a representar dignamente o nosso país no futuro», prometeu o ginasta na sua declaração, acompanhada por uma fotografia em que aparece embrulhado na bandeira de Israel. «Somos uma nação forte e nunca desistiremos de ser quem somos», rematou.

A Federação de Israel apresentou junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) um recurso a pedir a anulação da decisão da Federação Internacional de Ginástica (FIG), em conformidade com a decisão do país asiático, já depois do TAD ter rejeitado uma das providências cautelares apresentadas por Israel.

Os dirigentes israelitas não desistiram e apresentaram um segundo recurso, apelando ao TAS que ordenasse a FIG para tomar as medidas necessárias à participação dos seus ginastas, admitindo que se transferissem para outro país ou se anulassem os Mundiais.

A FIG, por seu lado, diz não ter competências para interferir na concessão de vistos de entrada na Indonésia e que, por isso, a recusa do governo local está fora da sua jurisdição.

O TAD, que já recusou também dois pedidos de medidas urgentes, anunciiu que mantém em aberto outro apelo da Federação israelita que argumenta que os estatutos da Federação Internacional exigem a tomada de posição do seu Comité executivo em caso de recusa de vistos a atletas.