Há nove anos, o avançado levava Portugal ao delírio

Foi a esta hora: há 9 anos, Portugal subiu ao topo da Europa

No dia 10 de julho de 2016, a Seleção Nacional contrariou todas as expectativas, bateu a anfitriã França na final - com um grande golo de Éder - e sagrou-se campeã da Europa pela primeira vez na história, levando os portugueses à euforia... que durou uns dias... ou semanas

22 horas e 32 minutos do dia 10 de julho de 2016. A hora e a data que ficarão para sempre gravadas na memória de um país. Precisamente, neste instante, cumprem-se nove anos desde que Portugal se sagrou campeão europeu de futebol, derrotando a anfitriã França, por 1-0, na final do Euro 2016, no Stade de France. Uma noite que começou com angústia e terminou em êxtase. Uma noite que uniu uma nação e fez um país celebrar a uma só voz. Nesse instante, o nome de Portugal foi ouvido no mundo inteiro.

Mas, tal como as epopeias de Luís Vaz de Camões, a jornada lusa teve alguns obstáculos. Logo aos 25 minutos, o coração dos portugueses parou por instantes: Cristiano Ronaldo, o capitão, o símbolo da esperança de milhões, caiu no relvado com dores no joelho e teve de sair, em lágrimas, após uma entrada dura de Dimitri Payet.

Mas onde muitos viram o fim, Portugal viu um novo começo. O capitão, fora de campo, tornou-se líder na alma e na voz, empurrando os seus companheiros do banco como se ainda lá estivesse, de braçadeira no braço. A resistência da equipa das quinas foi heróica. Frente a uma França dominadora e que era favorita à vitória final, os homens de Fernando Santos foram fiéis ao plano: sofrer, lutar, resistir... e esperar pelo momento certo.

E ele chegou. Aos 109 minutos, com o jogo já no prolongamento, Éder, avançado que muitos não esperavam ver como herói, recebeu a bola de costas para a baliza, fugiu da marcação de Koscielny e disparou de pé direito. Um remate seco, perfeito, letal. A bola entrou junto ao poste e soltou o grito de um país. Golo!! Nove anos depois, ainda dá arrepios...

O momento dos festejos no relvado (Miguel Nunes)

Portugal estava à frente. Portugal estava a poucos minutos de se tornar campeão. O apito final foi o som mais bonito alguma vez ouvido em Paris. Lá dentro, os jogadores choravam, abraçavam-se, ajoelhavam-se no relvado.

Lá fora, nas ruas de Lisboa, do Porto, de Faro, do Funchal, e por toda a diáspora espalhada pelo mundo, Portugal explodia de alegria. Em França, nas bancadas e nos cafés, milhares de emigrantes celebravam o feito da sua pátria com lágrimas nos olhos. A primeira grande conquista da seleção nacional tornava-se real. Finalmente.

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«Só volto dia 11 de julho para Portugal... e vou ser recebido em festa», disse Fernando Santos... em janeiro desse ano. E tinha razão. Contra todas as expectativas, Portugal foi campeão europeu. Não com o brilho de sempre, mas com uma alma inquebrável. Hoje, nove anos depois, o golo de Éder aos 109 minutos continua a ecoar como um símbolo eterno de superação, união e glória. Foi mais do que futebol. Foi um país inteiro a levantar-se.