O piloto espanhol Carlos Tatay, sofreu lesões graves após uma queda em Portimão, na Moto2 da JúniorGP

FIM vai pagar indemnização a Carlos Tatay depois de um ano de luta

Piloto de 21 anos ficou paraplégico, há um ano, num acidente no Autódromo de Portimão. Precisa de 115 mil euros por ano para tratamentos. O pai é padeiro e já vendeu a casa para suportar custos

Carlos Tatay sofreu um forte acidente em julho de 2023 quando competia no FIM JuniorGP, ficando com lesões que o deixaram em cadeira de rodas.

Ontem, um ano depois de vários apelos, ações de solidariedade de pilotos de MotoGP e várias vozes de indignação, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) anunciou que vai pagar a indemnização e que esteve sempre em contacto e a apoiar o piloto, que o problema era com a seguradora.

Carlos Tatay revelou há seis meses que não tinha condições para pagar os tratamentos dado que o pai era padeiro e necessitava de 115 mil euros por ano. Nessa altura, os pais já tinham vendido a casa para ajudar nas despesas e comprar um carro adaptado.

Vários pilotos do Mundial de MotoGP fizeram apelos e ações para ajudar o espanhol, além de terem publicamente revelado a sua indignação perante a posição da FIM.

Há poucos dias o ex-piloto fez um post no Instagram voltando a acusar a Federação Internacional de lhe negar essa compensação e de rejeitar a existência de uma deficiência permanente apesar dos documentos médicos que dizem o contrário.

«A FIM só me paga se ficar deitado no sofá. Sim, amigos, ouviram bem. Acabo de receber um email destes descarados, onde envio toda a minha documentação de quando eu estive este verão, em julho, no hospital de Toledo. Fizeram-me todos os exames, e há duas lesões, em que me dizem que tenho uma lesão medular completa, uma lesão medular crónica, e que significa invalidez. Enviámos essa documentação à FIM, para que se encarregue da indemnização pertinente de quando um piloto sofre uma invalidez».

«Ainda por cima têm a vergonha de dizer que não tenho invalidez, são uns miseráveis! Isto é o que tenho de fazer todos os dias, e a única coisa que vocês fazem é gastar o nosso dinheiro – e gastá-lo em coisas que não fazem nenhum sentido, para depois não pagarem»

Indignado e antes de saltar para a cadeira de rodas, atirou: «Sabem o que é que estes inaceitáveis responderam? Responderam-me que não tenho invalidez, e com isso juntaram-me um link de uma notícia em que diz que estou a competir nos ralis. Mas o que tem a ver? Em que cabeça cabe? Eles construíram os escritórios novos deles, construíram os edifícios novos. Gastar o dinheiro aí, sim, mas para fazer as coisas bem, não. Caramba para os seguros, Federação Valenciana, Federação Espanhola, Federação Internacional. Caramba, descarados! É assim que nos tratam, é assim que tratam os pilotos – que jogamos a vida, pensando que estamos federados e segurados, e é uma porcaria. Vamos lutar até ao fim, e o caso Tatay está de volta. Isto acaba de começar outra vez».