Filipe Cândido: «Saio com este sabor agridoce, porque fizemos um excelente jogo»
O Paços de Ferreira esteve por duas vezes em vantagem diante do Sporting, em casa, e a eliminatória até foi para prolongamento, mas acabou por ser eliminado da Taça de Portugal (2-3). No entanto, Filipe Cândido mostrou-se «orgulhoso» dos seus jogadores e confiante para os próximos jogos na Liga 2.
- Satisfeito por levar a eliminatória para prolongamento?
- A minha primeira palavra é orgulho, de todo o grupo de trabalho, porque sabemos das dificuldades que temos este ano, mas não nos escondemos. Agarramo-nos ao trabalho, somos resilientes, humildes e sinto a equipa cada vez mais forte. O resultado não, mas o jogo sim, prova que isso é uma realidade. Uma palavra para eles porque muitos jogadores estão a jogar pela primeira vez no futebol profissional. Mas hoje saio com este sabor agridoce, porque fizemos um excelente jogo. Reconhecendo o favoritismo, demos alguma bola ao Sporting, mas igualamos um pouco o jogo com a dimensão estratégica, fechando o jogo interior desta equipa. E conseguindo ter momentos de transição muito fortes, muitas vezes dão algum espaço para aproveitarmos e a dupla de centrais não vem jogando com alguma regularidade, acho que isso foi evidente. Tentamos aproveitar tudo do jogo, pena que tenhamos sofrido um golo de bola parada e um autogolo. Mas fica uma alegria grande de ver novamente jogos desta dimensão na Mata Real e um orgulho muito grande pelo que os jogadores têm vindo a fazer. A perspetiva é... só duas equipas fizeram dois golos ao Sporting esta época, mais o Paços.
- Olhando para a Liga 2, é positivo este jogo?
- Sim, sem dúvida. Se olharmos aos 90 minutos, é mais um jogo que não ganhamos, mas a verdade é que é mais um jogo que não perdemos. Esta equipa entrega tudo, dá tudo até ao fim e tenho a certeza que a vitória irá de acontecer, mais do que uma só, para tirar a equipa rapidamente dos lugares em que se encontra. Só perdemos na verdade com o Sporting B e o Vizela, o primeiro e segundo classificado da Liga. A equipa tem-se entregue desta forma e fica um orgulho muito grande neles. Vamos procurar dar continuidade no campeonato, se jogarmos desta forma vamos conseguir os pontos que queremos, para que em abril ou maio tenhamos o nosso objetivo garantido, que é a manutenção.
- Reencontro com o Sporting e Alisson Santos.
- É verdade, o Alisson é um miúdo que vi o ano passado quando ainda estávamos no União de Leiria. Tivemos a felicidade de conseguir trazer um jogador que eu acho que era talentoso, se me perguntar se tão depressa ia conseguir chegar aonde está, eventualmente não. Mas acreditava que um dia era possível, foi mais cedo que eu previa, mas feliz por ele, naturalmente, e desejo-lhe as maiores felicidades. Todos nós temos uma história e eu não consigo fugir da minha, e também não nego isso. Não dá para esconder, é um clube especial, porque foi onde me formei como jogador e como homem, com uma série de grandes figuras que tive o privilégio durante 10 épocas de representar o Sporting. Queria que fosse uma vitória especial contra um clube especial, porque aqui o profissionalismo fala mais alto, queria muito ter vencido, foi uma pena, mas a história fala um bocadinho por ela e agora é desejar felicidades ao adversário. A nós segue-nos um caminho muito difícil, mas tenho a certeza de que no fim vamos conseguir atingir os nossos objetivos.