Filho de ex-Barcelona: «Vi a oportunidade de calçar as luvas e senti uma ajuda dos céus»

Pol Arnau, filho do falecido Francesc Arnau, antigo guarda-redes do Barcelona, viveu uma noite que jamais poderia ter sonhado e foi decisivo no histórico apuramento do Legroñés, equipa do 4.º escalão, para a fase seguinte da Taça do Rei, na receção ao europeu Girona, mas não com as chuteiras e sim com as luvas.

O lateral teve de substituir o seu guarda-redes, que se lesionou no prolongamento, na baliza, porque a equipa já não tinha mais substituições, e acabou por defender uma grande penalidade de Abel Ruiz, ex-SC Braga. No entanto, o próprio revelou que o seu treinador queria colocar outro atleta na baliza, mas que ele se antecipou.

«Fui muito claro quanto a isso e acabou por correr bem. Em casa, tive o exemplo do meu pai e do meu irmão, que também é guarda-redes, mas nas camadas jovens nunca joguei a guarda-redes, fui sempre lateral. Mas naquele momento vi a oportunidade de calçar as luvas e senti uma ajuda dos céus. Estava sempre a pensar nele [apontou várias vezes para cima durante o encontro]. Tenho a certeza de que ele estaria muito orgulhoso de nós. Ele sempre nos incutiu a ideia de trabalhar e agora, no Logroñés, estou a tentar dar o meu melhor para seguir as suas pisadas», disse o jogador no programa La Pizarra de Quintana da Rádio MARCA.

O jovem espanhol ainda não é habitual presença na equipa A do clube, mas para lá caminha, tendo recordado que fez o golo da vitória da última eliminatória, no prolongamento: «O meu treinador da equipa de reservas deu-me uma tareia no domingo. Disse-me que era o jogo da minha vida para poder disputar a Taça do Rei. Tanto o jogo com o Eibar [da La Liga 2], no qual me estreei e marquei o golo da vitória quando não estava à espera de jogar, como este contra o Girona foram especiais. Estou mais do que contente. Há que aproveitar ao máximo as oportunidades. Estou feliz e há que trabalhar dia após dia. Agora quero continuar a crescer», explicou.

Por fim, comentou o facto de que o árbitro lhe lembrou das regras dos pontapés de penálti, algo que teve de se forçar a cumprir: «O árbitro disse-me que tinha de pôr o pé na linha, porque não estou habituado a este tipo de situação. Disse-lhe que [para mim] era duplamente mais difícil, mas, olha, no final consegui parar um e passar», finalizou.