No duelo entre portugueses, Nélson Semedo levou a melhor sobre Gonçalo Borges - Foto: IMAGO

Fenerbahçe dá a volta ao Feyenoord e pode enfrentar Benfica no 'play-off'

Grande exibição do conjunto turco permitiu dar a volta à eliminatória, após derrota por 1-2 em Roterdão

José Mourinho havia mostrado satisfação com a exibição da primeira mão. E havia deixado claro que, apesar de nunca ter vencido no De Kuip, também nunca havia sido eliminado pelo Feyenoord. E mais uma vez a tradição cumpriu-se, desta vez à boleia de uma exibição do Fenerbahçe de encher o olho a todos os níveis — mesmo que tal não signifique que não tenha sido preciso sofrer. Com Nélson Semedo no onze dos turcos e com Gonçalo Borges a entrar ao intervalo, o Fenerbahçe venceu o Feyenoord por 4-2 e deu a volta à derrota por 1-2 na primeira mão, em Roterdão, para chegar ao play-off da UEFA Champions League, onde enfrentará o vencedor da eliminatória entre Benfica e Nice.

Foi com uma linha de três atrás que o Fenerbahçe se apresentou, perante um Feyenoord que, apesar da vantagem de um golo à entrada para esta partida, não se coibiu de jogar com uma linha subida. O problema dessa linha foi precisamente o espaço que depois dava para que os turcos explorassem as oportunidades de ataque. Até foi Hadj Moussa, extremo dos neerlandeses alvo do Benfica, que atirou pela primeira vez com perigo, mas o Fenerbahçe teve mais vezes perto de fazer golo, provocando sempre algum caos perto da baliza adversária.

Porém, o sentido de jogo, só por si, não marca golos. Numa bola parada, Watanabe apareceu para cabecear, ao minuto 41, para o golo do Feyenoord. Vantagem que acabou por ser curta porque, três minutos depois, Brown saltou para fazer o empate na sequência de um canto. O empate galvanizou o Fenerbahçe e, ainda antes do intervalo, Jhon Durán aplicou todo o talento que tem para, a bola servida por En-Nesyri, fazer a reviravolta na partida e o empate na eliminatória.

2-1 no jogo e 3-3 no agregado. O Feyenoord perdia a mão da eliminatória e Van Persie decidia fazer alterações. Para começar, entrou com o bloco mais baixo que aquele que apresentou no primeiro tempo. E, ainda antes do apito inicial, entrou Gonçalo Borges. Uma combinação que ia dando certo logo de início, quando uma bola bombeada apanhou Amrabat desprevenido e isolou o extremo português na cara de Egribiyat, mas o guardião esticou-se para impedir o golo que daria vantagem aos neerlandeses. E se Gonçalo Borges não conseguiu de perto... Fred conseguiu de longe.

Com um disparo sensacional, o médio brasileiro ex-Manchester United deixou Wellenreuther pregado ao relvado e fez saltar as bancadas de alegria. Pela primeira vez na eliminatória, o Fenerbahçe estava em vantagem, mas os 20 minutos seguintes não o fizeram parecer, pela forma como o Feyenoord, a precisar de correr atrás do prejuízo, pouco ou nada conseguiu fazer, perante a organização defensiva e tranquilidade com bola que os anfitriões apresentavam.

À entrada do último quarto de hora começou o chuveirinho neerlandês, que ainda fez tremer o Fenerbahçe quando Watanabe, de primeira, voltou a colocar os visitantes a um golo de empatar a eliminatória. Mas logo a seguir uma perda de bola de Lotomba permitiu a Talisca fechar a contagem. 5-2 na partida, 6-3 em agregado e uma exibição de mão cheia do Fenerbahçe. José Mourinho tem mesmo razões para estar feliz.