André Villas-Boas, presidente do FC Porto
André Villas-Boas, presidente do FC Porto

FC Porto reage aos alegados negócios entre Reinaldo Teixeira e Rui Costa

Dragões falam em «conflito de interesses inaceitável»

O FC Porto reagiu, em comunicado, às notícias que dão conta de alegados negócios entre Reinaldo Teixeira, candidato a presidente da Liga, e Rui Costa, presidente do Benfica.

O emblema azul e branco sublinha que a «possibilidade de o candidato Reinaldo Teixeira ter obtido benefícios financeiros em parceria com o presidente do SL Benfica representa um conflito de interesses inaceitável», que «condiciona a capacidade de este candidato poder liderar de forma isenta, imparcial e equidistante vários dossiês tão sensíveis e impactantes para os clubes, nomeadamente a centralização dos direitos audiovisuais.»

Em nota oficial, os dragões lembram que Villas-Boas, em entrevista recente, «já havia alertado para a necessidade de dotar o processo eleitoral da Liga com ferramentas e procedimentos que possam atestar a idoneidade, credibilidade e independência não só dos candidatos à presidência da Liga, mas de todos os nomes que compõem as listas e equipas executivas.»

O FC Porto «aguardará um esclarecimento formal por parte dos envolvidos» devido à «gravidade dos factos reportados nesta notícia e pelas consequências que os mesmos podem ter na credibilidade do ato eleitoral de 11 de abril» e considera «absolutamente fundamental para o desenvolvimento do futebol nacional que o próximo presidente da Liga Portugal seja eleito com base na sua experiência, competência e credibilidade e na qualidade das equipas diretivas que propõe.»

Em causa está uma notícia avançada pelo Correio da Manhã, que escreve que o candidato à liderança da Liga e o presidente das águias já tiveram negócios, nomeadamente em outubro de 2016. A Garvetur, empresa de Reinaldo Teixeira, terá finalizado a comercialização de um projeto imobiliário junto à praia do Carvoeiro, no concelho de Lagoa, que tinha como parceiro a 10 Invest, detida por Rui Costa. A venda de 49 moradias terá gerado, segundo a mesma fonte, um volume de negócios acima dos seis milhões de euros.

O FC Porto alega, portanto, que se trata de um conflito de interesses e explica que «o candidato Reinado Teixeira já ocupava o cargo de Coordenador e Avaliador dos Delegados da Liga Portugal e o atual presidente do SL Benfica ocupava o cargo de administrador para a área do futebol.»

«Na função de coordenador dos delegados da Liga Portugal - cargo que ocupa até ao dia de hoje - Reinaldo Teixeira tinha a responsabilidade máxima de nomear os delegados para cada jogo e coordenar o sistema de avaliação, um processo com impacto decisivo nas subidas e descidas dos delegados. Posto isto, o FC Porto endereçará, ainda hoje, uma comunicação formal à presidente interina da Liga Portugal, questionando se esta relação de privilégio entre o coordenador dos delegados e um dirigente de um dos clubes participantes nas competições foi formalmente reportada à Liga Portugal ao longo da década em que Reinaldo Teixeira ocupa estas funções», completam os azuis e brancos.

O comunicado do FC Porto na íntegra
Na sequência da notícia vinda a público esta quarta-feira, na qual são reportados alegados negócios e parcerias imobiliárias entre Rui Costa, presidente do SL Benfica, e Reinaldo Teixeira, candidato à presidência da Liga Portugal, vem o FC Porto declarar o seguinte: 1. As eleições para a presidência da Liga Portugal assumem uma importância decisiva para o futuro do futebol português. A pouco mais de um ano da entrega da proposta final da centralização dos direitos audiovisuais, e com o desígnio de recuperar o sexto lugar do ranking UEFA cada vez mais longe, a eleição de um presidente da Liga competente, credível e agregador influenciará decisivamente a capacidade competitiva do nosso futebol e dos seus clubes; 2. Posto isto, a possibilidade de o candidato Reinaldo Teixeira ter obtido benefícios financeiros em parceria com o presidente do SL Benfica representa um conflito de interesses inaceitável, que condiciona a capacidade de este candidato poder liderar de forma isenta, imparcial e equidistante vários dossiês tão sensíveis e impactantes para os clubes, nomeadamente a centralização dos direitos audiovisuais; 3. A notícia indica que os negócios remetem a 2016, data em que o candidato Reinado Teixeira já ocupava o cargo de Coordenador e Avaliador dos Delegados da Liga Portugal e o atual presidente do SL Benfica ocupava o cargo de administrador para a área do futebol. Na função de coordenador dos delegados da Liga Portugal - cargo que ocupa até ao dia de hoje - Reinaldo Teixeira tinha a responsabilidade máxima de nomear os delegados para cada jogo e coordenar o sistema de avaliação, um processo com impacto decisivo nas subidas e descidas dos delegados. Posto isto, o FC Porto endereçará, ainda hoje, uma comunicação formal à presidente interina da Liga Portugal, questionado se esta relação de privilégio entre o coordenador dos delegados e um dirigente de um dos clubes participantes nas competições foi formalmente reportada à Liga Portugal ao longo da década em que Reinaldo Teixeira ocupa estas funções. 4. Numa entrevista recente, o presidente do FC Porto já havia alertado para a necessidade de dotar o processo eleitoral da Liga com ferramentas e procedimentos que possam atestar a idoneidade, credibilidade e independência não só dos candidatos à presidência da Liga, mas de todos os nomes que compõem as listas e equipas executivas. 5. Pela gravidade dos factos reportados nesta notícia e pelas consequências que os mesmos podem ter na credibilidade do ato eleitoral de 11 de abril, o FC Porto aguardará um esclarecimento formal por parte dos envolvidos. 6. O FC Porto considera absolutamente fundamental para o desenvolvimento do futebol nacional que o próximo presidente da Liga Portugal seja eleito com base na sua experiência, competência e credibilidade e na qualidade das equipas diretivas que propõe.

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