FC Porto: Anselmi pior do que Vítor Bruno na Liga
A época desportiva do FC Porto está a deixar o universo azul e branco à beira de um ataque de nervos. Depois de uma primeira parte em que esteve entregue aos cuidados técnico de Vítor Bruno, a equipa até começou a época, alcançando 9 vitórias nos primeiros 10 encontros da Liga portuguesa — perdeu apenas em Alvalade, 0-2, com o Sporting —, o mês de janeiro acabaria por ser letal para o antigo treinador dos dragões, face às derrotas com o Nacional da Madeira, em que perdeu a possibilidade de ascender à liderança do campeonato, e depois com o Gil Vicente.
Face aos resultados e a alguma animosidade com alguns jogadores do plantel, em especial Pepê, André Villas-Boas decidiu fazer estalar o chicote no Dragão e numa fase interina foi José Tavares,diretor da formação azul e branco, a fazer a ponte até à chegada de Martín Anselmi. O argentino, visto na altura como um técnico emergente no futebol da América do Sul e com títulos conquistados, chegou com um aura enorme e com uma proposta de jogo bastante ousada para a realidade europeia, tendo em conta que no plantel portista não contava com jogadores com características próprias para esse matriz de três defesas, que tem colocado constantemente a equipa em sobressalto, mesmo com adversários de menor valia, como aconteceu recentemente com o Estrela da Amadora.
Mas há um dado insofismável que salta à vista desarmada e que se prende com o comparativo entre Vítor Bruno e Martín Anselmi nos jogos do campeonato. O argentino já perdeu mais pontos (15) do que o antecessor (14) com menos partidas realizadas (12 contra 18 do português).
Com o Estrela da Amadora, os azuis e brancos sofreram a sétima derrota na presente edição da Liga, sendo necessário recuar até 2015/2016 para se encontrar um paralelo desportivo idêntico com tantos desaires. Neste milénio, pior só o registo de 2001/2002, quando os portistas terminaram o campeonato com oito desaires, algo que Martín Anselmi tentará evitar nas três jornadas que falta com o Moreirense (Dragão), Boavista (Bessa) e Nacional da Madeira (Dragão).
Com tantos pontos perdidos, o FC Porto disse matematicamente adeus ao título e tambem ao segundo lugar da classificação que dá acesso à Champions. O terceiro posto é o mínimo que os azuis e brancos podem alcançar no que resta da época a nível interno, mas esse objetivo ficou mais longe, depois do desaire na Reboleira e de não ter aproveitado o empate do SC Braga em Famalicão.
Com o futuro em questão
Perante estas evidências e o facto de o futebol apresentado pelos dragões está a regredir em vez de evoluir, questiona-se neste momento o futuro de Martín Anselmi no comando técnico dos dragões — tem mais dois anos de contrato e disso vai depender mui to do que fizer em termos de performance nos três encontros que restam do campeonato. A derrota e sobretudo a exibição paupérrima na Amadora deixaram a nu enormes fragilidades defensivas da equipa orientada pelo argentino. A verdade é que essas deficiências estão relacionadas com a insistências na matriz de jogo que contempla três defesas e deixa a equipa exposta amiúde e os adversários já perceberam o quão é fácil ferir o dragão e o caminho a tomar para visar a baliza que agora é defendida por Cláudio Ramos.
Terminou o castigo de Otávio
Durou apenas uma semana o castigo imposta a Otávio por ter organizado uma noitada na sua festa de aniversário. Além da multa pecuniária, a SAD obrigou o defesa-central a treinar-se duas vezes por dia na semana passada, ao invés dos companheiros que tiveram sempre apenas uma sessão de trabalho. Com efeito, depois da derrota na Reboleira, o brasileiro recebeu ordem para trabalhar apenas uma vez por dia e à mesma hora dos restantes companheiros. Aliás, caso Martín Anselmi assim o entenda, o jogador poderá mesmo entrar na lista de convocados para o jogo com o Moreirense, que está agendado para amanhã, às 20h15, no Dragão.