Ex-presidente da FPF não poupa Martínez: «Comigo, nunca seria selecionador»
Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) entre 1996 e 2011, ano em que saiu para dar o lugar a Fernando Gomes, deixou palavras muito duras a Roberto Martínez, no rescaldo do péssimo jogo da Seleção Nacional diante da República da Irlanda (derrota por 0-2), hipotecando o apuramento imediato para a fase final do Mundial do próximo ano.
«Se eu fosse presidente da FPF, Roberto Martínez nunca teria sido escolhido, mas isso são águas passadas e que agora não interessam», vincou Madaíl, sublinhando que a vitória irlandesa «foi merecida, contra uma equipa que foi apenas uma fotografia daquilo que é a Seleção de Portugal». «Espero que tenha sido apenas um mau jogo, que todos têm, e agora vamos dar a volta e passar do negativo ao positivo», acrescentou, apontando ao jogo com a Arménia, no Dragão.
Nesse encontro não estará Cristiano Ronaldo, expulso com vermelho direto em Dublin depois de agressão a um defesa irlandês, facto que Gilberto Madaíl quis desvalorizar.
«Uma má noite toda a gente tem e o Cristiano tem sido impecável ao longo dos tempos. Ele criou aquela grande marca do 'CR7' - que fomos nós, na Federação, que o autorizámos a usar, porque tínhamos retirado essa camisola depois do Luís Figo ter deixado a Seleção - e ela não perde o seu valor por causa disso. Mas o que é certo é que ele devia ser o primeiro a entrar no Dragão Agora não pode, porque está castigado, mas devia estar presente», expressou.
Multas pesadas para melhorar ambiente
Ainda sobre a atualidade, o antigo líder federativo não passou ao lado do ambiente muito crispado que atravessa o futebol português, com constantes ataques à arbitragem dos três grandes: Benfica, FC Porto e Sporting.
«Continuo a dizer o que dizia antes. É importante que a FPF tenha meios para resolver esses assuntos e não é com multas de 2 e 3 mil euros. Se aplicarem multas em paralelo com o que se passa em Inglaterra ou em França, de dezenas ou centenas de milhares de euros, garanto que tudo isto arrefecia. Com multas de sete ou oito mil euros não vamos a lado nenhum. O Governo pode ter uma grande influência também, nomeadamente fazendo legislação ou dando orientações nesse sentido. Se isso acontecesse, as pessoas passavam a ter muito mais cuidado», concluiu Gilberto Madaíl à Antena 1.