Ex-Benfica tentou jogar um mês na Arábia Saudita e desistiu

O polaco Pawel Dawidowicz, antigo jogador do Benfica, estava sem clube quando surgiu uma oportunidade de ir para a Arábia Saudita. Até aqui tudo positivo, mas a aventura de dois anos que ia encetar com o Al Hazem acabou encurtada para cerca de um mês, depois de o central de 30 anos ver os condicionalismos sociais do país. Preferiu sair...

Contratado pelo Benfica em 2014, manteve contrato até 2019, com jogos apenas pelo Benfica B ao longo de duas épocas. O defesa iniciou a carreira no KS Lechia, da Polónia, e já jogador do Benfica, depois de empréstimos ao Bochum e ao Palermo, foi adquirido em definitivo pelo Verona em 2019.

«Depois do fim da época [em Verona], decidi explorar novos horizontes, mudar de ares. Tinha propostas de clubes da Serie A, mas queria tentar uma experiência diferente. E foi assim que fui para a Arábia Saudita», explicou em entrevista ao Tuttomercatoweb, sobre a mudança para a cidade de Ar Rass, onde está sediado o Al Hazem.

Mas o choque cultural foi elevado. «Fui para lá sozinho para o estágio, durante três semanas. Depois, a minha família juntou-se a mim: tenho uma criança pequena e a minha mulher está grávida. Foi difícil ficar lá, por várias razões. Tinha de ir ao hospital quase todos os dias para fazer exames médicos, e era complicado. Ninguém fala inglês, talvez três pessoas em toda a cidade. As mulheres não podem sair sem um homem. E têm de estar cobertas, só os olhos visíveis», explicou.

A dada altura tornou-se incomportável para o polaco. «Fiz vários pedidos, mas eram sempre adiados para o dia seguinte. A dada altura, fartei-me e decidi que havia coisas mais importantes do que o futebol, como a minha família. Não podia ficar lá, tendo em conta o estado da minha mulher e do meu filho», contou.

Atualmente sem clube, mas em casa, Dawidowicz não se arrepende da sua escolha, embora espere reencontrar rapidamente uma oportunidade. «Antes, o dinheiro talvez me interessasse. Agora jogaria de graça… ou quase», gracejou. «Agora estou perto de Gdansk [na Polónia]. Treino-me com uma equipa local e com um treinador pessoal, mas sinto falta do futebol. Sabia que isso significaria ficar algum tempo sem jogar, mas tinha de me concentrar na minha família. Queria ir para longe, ganhar mais. Agora isso importa-me menos, só quero ficar na Europa», concluiu, sendo que o mercado de inverno está à porta...

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