Equador: jogador assassinado a tiro, é o terceiro num mês
O futebolista profissional Jonathan González foi morto a tiro esta sexta-feira, no Equador. É o terceiro jogador assassinado em menos de um mês no país, um ponto de passagem para a exportação de cocaína que enfrenta uma enorme crise de segurança.
González foi assassinado na sexta-feira durante um ataque armado, elevando para três o número de jogadores assassinados no país desde o início de setembro, informou a polícia.
O jogador, de 31 anos, que atuava na equipa 22 de Julio, da 2.ª divisão, e que passou por Olimpia, no Paraguai, e León, no México, apresentava «ferimentos provocados por uma arma de fogo», detalhou a polícia após a descoberta do seu corpo esta sexta-feira.
O ataque ocorreu numa casa na província costeira de Esmeraldas, na fronteira com a Colômbia, uma zona assolada por confrontos entre vários gangues de traficantes de droga.
A 10 de setembro, Maicol Valencia, de 21 anos, e Leandro Yépez, de 33, ambos jogadores da equipa Exapromo Costa, também da 2.ª divisão, foram mortos num ataque armado na cidade costeira de Manta, no oeste do país. Segundo o clube, os dois homens não eram o alvo do ataque. Foram, sim, vítimas colaterais.
No Equador, os homicídios aumentaram 800 por cento entre 2018 e 2023, pouco antes do eclodir da crise de segurança neste país de 18 milhões de habitantes. Outrora considerado um refúgio de paz entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador vive agora uma violência extrema: uma pessoa é morta a cada hora.
Esta onda de violência está ligada à ascensão de gangues que disputam as rotas do tráfico e o poder nas prisões do país, onde mais de 460 reclusos foram mortos desde 2021. Desde 2023, a guerra entre cartéis já resultou no assassinato de um candidato presidencial, na tomada de controlo de prisões por grupos criminosos e num ataque armado a um canal de televisão que se tornou viral no início de 2024.