Schjelderup a festejar o golo marcado ao Nice. Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

É hora de (finalmente) Schjelderup brilhar

2025/26 promete ser a época em que o Benfica aposta no norueguês, um talento demasiado evidente para ser ignorado. E como tudo mudou em dois meses...

2024/25 abaixo das expetativas — e, claro, o facto de se avizinharem as eleições mais abertas das últimas duas décadas na Luz também não será alheio... — levou o Benfica a querer cortar o mal pela raiz e a colocar em marcha uma verdadeira revolução no plantel.

Olhemos, por exemplo, para a equipa que alinhou de início no jogo do título da época passada, no 1-1 com o Sporting, a 10 de maio: na defesa, Tomás Araújo está a terminar paragem longa e vai demorar até que reentre no onze e Carreras saiu; a meio-campo, Florentino perdeu o lugar para Enzo, Kokçu esbarrou com Lage e fez as malas; no ataque, Di María era mais problema do que solução e também saiu e Akturkoglu tem mercado e pode seguir-lhe os passos. Sobram cinco, meia equipa, portanto, que, salvo condições excecionais, serão titularíssimos nas contas de Bruno Lage: Trubin, Otamendi, António Silva, Aursnes e Pavlidis.

Tudo isto para dizer que, ao invés de mudar o treinador, como boa franja do universo benfiquista pedia após um fim de época longe do desejado, com a perda do Campeonato e da Taça de Portugal, Rui Costa reforçou-lhe a confiança e não está a olhar a gastos no mercado, apesar dos falhanços com Thiago Almada primeiro e João Félix depois.

Os primeiros sinais de mudanças em relação a um passado não tão distante assim podem ser animadores, é evidente que os novos donos do miolo, Enzo e Ríos, dão toda uma nova energia à equipa e Ivanovic promete ser a muleta ideal de Pavlidis. Mas é igualmente verdade que o Nice foi adversário demasiado tenrinho e o Fenerbahçe, o último passo para entrar na Champions, será, pois, o verdadeiro teste do algodão a esta nova águia.

No meio de tanta mudança aproveitou Andreas Schjelderup para voltar a ser tema de conversa e é caso para dizer: finalmente. Neste mesmo espaço escrevi, após declarações despropositadas de Nuno Magalhães, presidente da Mesa da AG, sobre o norueguês, que não se compreendia a embirração de Bruno Lage com Schjelderup, as substituições sem sentido e muito menos a insistência quase cega em Akturkoglu ou Bruma em detrimento dele.

Com o turco, o Benfica terá percebido que o arranque fulgurante de 2024/25 foi fogo de vista — Akturkoglu marcou tantos golos nos primeiros 10 jogos (8) como nos restantes... 45 — e poder fazer encaixe de €25 M seria satisfatório. E com Bruma de fora até à próxima época, Schjelderup terá, finalmente, o espaço que merece, porque a ler o jogo e decidir como ele o Benfica não tem sequer parecido no plantel.