Argentino jogou de início no dérbi, mas teve rendimento discreto

Di María corre contra o tempo no Benfica

Argentino procura incessantemente uma grande exibição, um golo, um lance de génio que lhe permita reconquistar a magia e SC Braga é adversário que lhe traz boas recordações

Ángel Di María voltou no dérbi, foi titular, mas só jogou 45 minutos e adensou duas dúvidas: se, de facto, está nas melhores condições físicas para enfrentar o momento decisivo da época, e se, de facto, tem condições para renovar contrato com o Benfica.

O extremo argentino de 37 anos quer, mas não está a conseguir. Quer ajudar, quer ser importante, quer ser influente, quer voltar a ser o jogador que entre agosto e janeiro ajudou a carregar o Benfica, mas o está a pagar caro o preço das lesões, de problemas musculares, que marcaram os últimos meses da sua carreira na Luz.

Dos 15 golos que leva na presente temporada, 11 foram apontados até ao fim de 2024, na primeira parte da época, e apenas 4 pertencem a estes primeiros meses de 2025. E o último jogo completo, de 90 minutos, sem substituição, pertence já a janeiro, ao dia 11, quando o Benfica conquistou a Taça da Liga. Empate (1-1) ao fim dos 90 minutos e desempate nos penáltis favorável à equipa de Bruno Lage.

Em 2025, conta mês e meio de paragem entre meados de fevereiro e final de março por causa de uma lesão muscular na coxa esquerda sofrida no Mónaco e esteve também fora da equipa três semanas, depois de ter abandonado com queixas na coxa direita o jogo em Guimarães, para a Liga. Voltou precisamente no dérbi, onde esteve longe do seu melhor, onde não conseguiu disfarçar, naturalmente, o facto de não se encontrar na melhor forma.

O argentino, todavia, não se escondeu, esteve perto de marcar duas vezes, assumiu a responsabilidade, arriscou, foi individualista como sempre, só não conseguiu o que queria. Um grande jogo, um golo, um passe decisivo que desse a vantagem ao Benfica no dérbi e pusesse os benfiquistas novamente a pedir a presença dele na equipa e a sua renovação. Sem receios, sem condições, sem reservas.

Chegou, pois, o estranho e inesperado momento em que o campeão do Mundo se vê obrigado a lutar contra ele próprio, contra as limitações físicas, contra as limitações da idade, e ter de provar ao Benfica e aos benfiquistas que ainda é o jogador que faz a diferença e que merece entrar nas contas do treinador e do presidente.

O Benfica tem pela frente cinco finais, pelo menos cinco, em função da fase de grupos do Mundial de Clubes, e Di María olha de frente para elas. Dependerá de Bruno Lage e dependerá dele próprio ir a jogo.

Com o SC Braga, no Minho, este sábado, não está garantida a presença de Di María do lado direito do ataque, mas nunca será uma decisão fácil para o treinador do Benfica deixar a estrela argentina no banco dos suplentes, mais a mais quando precisa desesperadamente de um jogo, de um golo, de um passe de afirmação. É a primeira final.

Para o fim de semana seguinte, há outra: final da Taça de Portugal, uma vez mais para defrontar o Sporting. Mais tempo para recuperar fisicamente e para aquele que poderá ser o jogo de despedida dos relvados nacionais.

Depois, a partir de meados de junho há o Mundial de Clubes. Boca Juniors, Auckland City e Bayern na fase de grupos. Pelo contrato atual, Di María estará lá e pelas informações que A BOLA apurou estará também na fase seguinte, em julho, se o Benfica lá chegar. Se ficará mais uma época na Luz, é outra história, ainda por escrever.

Os sucessivos problemas físicos, aliados ao deteriorar do momento de forma, complicaram, como A BOLA revelou, a renovação. Di María não está no patamar de Otamendi, que é desejado para 2025/26 e está em posição de discutir um contrato vantajoso. Di María está fragilizado e a renovação, a acontecer, significará números inferiores aos do teto salarial que o Benfica reserva a jogadores, na ordem dos 2 milhões líquidos/ano.

Di María tem, pois, a palavra, a possibilidade de provar, no momento mais crítico da temporada, que ainda tem muito para dar ao Benfica e aos adeptos. O mesmo Di María que no último jogo com o SC Braga (3-0), na meia-final da Taça da Liga, em janeiro, fez dois golos.

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