Rui Borges está na segunda época à frente do Sporting - Foto: Sporting CP
Rui Borges está na segunda época à frente do Sporting - Foto: Sporting CP - Foto: IMAGO

Da desilusão à evolução: Sporting de Rui Borges começa a rugir na Europa

Na época passada, nos quatro jogos em que o treinador mirandelense comandou os leões na Champions, o saldo foi negativo. Esta temporada, a história começa a ser diferente...

O Sporting de Rui Borges parece, finalmente, ter dado o salto de qualidade que faltava na UEFA Champions League. Depois de uma temporada de estreia europeia aquém das expectativas, a turma leonina apresenta, nesta época, uma evolução nos palcos internacionais. Os números não deixam margem para dúvidas: em 2025/26, o Sporting soma já duas vitórias, um empate e apenas uma derrota nas quatro primeiras jornadas da fase de liga - um contraste gritante face à época anterior, onde os leões de Rui Borges não conseguiram vencer qualquer encontro.

Recorde-se que o técnico chegou a Alvalade em dezembro da última época, sucedendo a João Pereira, que, por sua vez, havia substituído Rúben Amorim, que rumou ao Manchester United. Na primeira experiência no banco leonino, Rui Borges conseguiu um feito histórico ao reconduzir o Sporting ao título nacional, assegurando o bicampeonato - algo que o clube não alcançava há mais de sete décadas.

No entanto, a aventura europeia revelou-se bem mais dura. O treinador disputou quatro encontros na Liga dos Campeões, somando dois empates (com Bolonha e Borussia Dortmund) e duas derrotas (diante de Leipzig e Dortmund), sem conseguir qualquer triunfo. O Sporting acabou eliminado no playoff de acesso aos oitavos de final, deixando a sensação de que faltava competitividade para enfrentar adversários de outro calibre.

A nova época, porém, conta uma história diferente. Rui Borges manteve a base do sucesso interno - apenas com a saída de Viktor Gyokeres a destacar -, mas reforçou o elenco - entradas de Luis Suárez, Ioannidis, Vagiannidis,... -, mudou o modelo de jogo - do 3x4x3 para o 4x2x3x1 - e preparou a equipa para outro tipo de exigência. O reflexo disso foi imediato: logo na estreia europeia em 2025/26, os leões golearam o Kairat por 4-1 em Alvalade, num jogo de domínio total e eficácia ofensiva.

Seguiu-se uma deslocação difícil a Nápoles, que terminou com derrota por 2-1, mas a resposta foi exemplar - o Sporting venceu o Marselha (2-1), também em casa, e conquistou um empate (1-1) frente à Juventus, em Turim.

Com sete pontos somados em doze possíveis, o Sporting posiciona-se atualmente no 10.º lugar, o que lhe permitiria disputar, pelo menos, o playoff de acesso aos oitavos de final. O objetivo está traçado: garantir a presença entre a elite europeia e mostrar que o bicampeão português também tem voz nas grandes noites da Champions.

Mas ainda nada está ganho, a fase de liga vai a meio e o calendário não dá tréguas: o próximo jogo será em Alvalade, frente ao Club Brugge, antes de uma visita de elevado grau de dificuldade ao terreno do Bayern. Seguem-se, depois, dois testes de fogo - a receção ao campeão europeu PSG e a deslocação ao País Basco, para defrontar o Athletic Bilbao, no encerramento desta fase.

Ainda assim, o balanço é francamente positivo. Depois de uma edição sem vitórias, o Sporting mostra-se mais preparado, mais competitivo e, sobretudo, mais confiante na prova milionária. A caminhada ainda é longa, mas Rui Borges e os seus jogadores já provaram que o leão pode rugir com força também na Europa.