«Como é que se joga às 15h30 com o país a enfrentar incêndios e calor extremo?»
Hugo Oliveira não escondeu o desagrado com a hora do jogo entre o Famalicão e o Tondela, agendado para este sábado, às 15h30, num fim de semana em que Portugal enfrenta alertas devido ao calor.
«Não consigo entender que se jogue às 15h30, com o país a enfrentar incêndios, calor extremo e problemas que são realmente importantes, mais do que qualquer jogo de futebol. A DGS [Direção-Geral da Saúde] e o SNS [Serviço Nacional de Saúde] recomendam que as pessoas evitem estar ao ar livre até às 17h00», começou por dizer na conferência de imprensa de antevisão à partida que vai disputar-se em Rio Maior, devido ao estado do relvado do Estádio João Cardoso, em Tondela.
O treinador do Famalicão entende que ter um jogo na hora do pico do calor é um convite a ter as bancadas vazias. «Nós queremos que o futebol seja para os adeptos. E para mim é incompreensível que se jogue às 15h30 quando queremos ter idosos e crianças nos estádios. Dizem que os jogos são para gente dos 8 aos 80 anos, mas depois não ouvimos as regras impostas pela DGS. Não consigo entender, temos de os proteger, tal como a integridade física dos jogadores», acrescentou.
Com as condições esperadas para o pico do calor, o técnico alerta que a qualidade do jogo se vai ressentir, aproveitando para questionar o caminho que se está a tomar no futebol português. «Vai ser difícil para nós e também para o Tondela. Temos de ser honestos e dizer que a qualidade do jogo não será igual com estas condições climatéricas. Queremos fazer do futebol um desporto apenas televisivo? É esse o caminho? Se é isso que queremos, vamos assumir. Mas se queremos os estádios cheios, então temos de proteger os adeptos e o jogo», receitou.