Pierluigi Collina, atualmente com 65 anos, despediu-se dos relvados em 2005 - Foto: IMAGO

Collina: «Um bom árbitro tem de perceber de futebol»

Antigo juiz e atual presidente do Comité de Árbitros da FIFA diz que atualmente «já não basta conhecer as regras»

Pierluigi Collina abandonou os relvados em 2005, sendo o seu último jogo oficial a pré-eliminatória da UEFA Champions League entre Villarreal e Everton.

Embora tenha pendurado o apito, a influência do italiano continua a sentir-se: supervisionou a introdução do VAR e esteve presente na implementação da nova regra dos oito segundos para os guarda-redes.

«Hoje em dia, já não basta conhecer as regras»

Collina sublinhou, em declarações ao GMS, que um árbitro moderno não deve apenas saber as regras do futebol de cor, mas também tem de compreender o jogo.

«A chave é compreender o futebol. Antigamente, bastava conhecer as regras, mas hoje é preciso muito mais. É necessário antecipar o que pode acontecer em campo e preparar-se com grande precisão. Esta é a exigência do futebol moderno.»

O italiano de 65 anos revelou ainda que revia frequentemente os jogos que arbitrava, pois, devido à concentração durante a partida, é fácil perder a visão geral do que aconteceu.

Um momento para a vida: a final do Mundial de 2002

Collina recorda a final do Mundial 2002, entre Brasil e Alemanha, como o ponto alto da sua carreira, no qual um bis de Ronaldo Nazário deu a vitória aos sul-americanos.

No entanto, um pequeno pormenor conseguiu tirá-lo do seu ritmo habitual: devido à presença do imperador do Japão, as equipas e os árbitros tiveram de chegar ao estádio uma hora mais cedo, quebrando as suas rotinas habituais.

«Toda a gente tem os seus hábitos e, se não os conseguirmos seguir, isso pode causar problemas. É engraçado, mas foi exatamente isso que nos aconteceu antes da final.»

O legado de Collina: mais do que um árbitro

Após a final da Liga dos Campeões de 1999, a final do Mundial de 2002 e inúmeros outros jogos memoráveis, o nome de Collina tornou-se sinónimo de disciplina, autoridade e profissionalismo. Hoje, como presidente do Comité de Árbitros da FIFA, trabalha para garantir que a próxima geração de árbitros não seja apenas avaliada pelo conhecimento das regras, mas que chegue ao campo com uma vasta inteligência futebolística.

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