Casemiro abre o livro: Man. United, Ronaldo, Mundial e... Neymar na seleção

A pouco mais de sete meses de terminar contrato com o Manchester United, de Ruben Amorim, Casemiro falou sobre a possibilidade de continuar às ordens do técnico português, mas sem se comprometer com nada e deixando a entender que, aos 33 anos, já está a considerar a reforma. No entanto, pensa apenas no dia a dia e, a longo prazo, só tem na cabeça terminar bem a temporada para chegar ao Mundial 2026 em grande forma pelo Brasil.

«Futebol é a minha vida. Então, é inevitável, mas eu acho que a minha esposa e a minha família vão querer um tempinho para eles, sim. Sou dos que pensam que na vida tens de ter um plano, mas eu sou dos objetivos curtos. Claro que é inevitável pensar em chegar bem ao Mundial, mas não podes querer chegar bem ao Mundial não estando bem no Manchester United. Na próxima convocatória, agora, tenho que estar bem. Eu penso dia após dia: é amanhã fazer um bom treino, no final de semana fazer um grande jogo e assim vai», começou por dizer o brasileiro, em entrevista ao globoesporte, avaliando as possibilidades de conquistar o próximo Campeonato do Mundo.

«Vamos chegar muito fortes. Ainda estamos um pouco atrás em termos de tempo de trabalho, principalmente se vires os dias de trabalho do mister Ancelotti, não é igual às outras seleções, que já vêm com ciclos diferentes. Se fores analisar em dias, nós vamos falar de 30, 40 dias dele connosco, mas nós estamos num bom momento, porque temos jogadores de qualidade, temos jogadores de alto nível. Em conjunto com o mister, com a experiência que ele tem no futebol, também é um fator muito importante... Ele é uma pessoa que consegue unir o grupo, não só os jogadores, mas todos», disse, elogiando o técnico italiano que o orientou no Real Madrid e considerando Portugal como um dos favoritos.

«Não acho que estejamos abaixo dessa prateleira, até mesmo porque somos o Brasil. Temos jogadores que jogam em qualquer seleção, em qualquer equipa do mundo. Então, nós estamos bem servidos de jogadores. Acho que nós temos jogadores para competir. Quando eu falo de estar atrasado, França, Portugal, Espanha estão no ciclo com o mesmo treinador, com uma filosofia muito direta, há muito tempo juntos. Temos grandes jogadores em toda a Europa e em todos os melhores clubes do mundo», afirmou o médio, elogiando Cristiano Ronaldo, entre outros, e colocando Neymar no patamar do português.

«Tive o prazer de jogar com craques. Joguei com o Cristiano na melhor fase, em que tudo que ele tocava era golo. Joguei com o Luka Modric, Toni Kroos, Marcelo, Bale, Benzema. Estamos a falar de mais de dez Bolas de Ouro. E é inevitável colocares o Neymar nessa lista. Cada um faz o que quer dentro e fora de campo. O meu estilo de vida é outro, mais reservado, mas a gente não pode dispensá-lo se ele estiver bem. Se ele está bem fisicamente, mentalmente, ele é o melhor. Eu sou um grande adepto dele como jogador», admitiu Casemiro, explicando a razão pela qual a equipa precisa do jogador do Santos novamente ao mais alto nível e sem lesões.

«Eu conheço o Neymar desde os 12 anos. Ele jogava no Santos, eu jogava no Moreira. Ele sempre foi muito, muito diferente. Ele pode decidir a qualquer momento. É um privilégio dizer que eu joguei com o Neymar. Ele é incrível e, no dia a dia, eu conheço muito bem o staff dele, como ele trabalha. Não pode ser coincidência tudo que ele fez para o futebol, não podes ser assim só com o dom, tem que ter o trabalho, tem que ter a dedicação. Se eu tenho que me desdobrar dentro do campo para ele dar o último passe, fazer o golo, eu faço. No Mundial 2022, o pessoal perguntava: 'o Neymar é o craque da equipa?'. Aí eu respondia assim: 'se tem um penálti, no último minuto, na meia-final, quem vai bater?' Eu acho que o Neymar é irrecusável para qualquer um, mas sabemos que ele tem que estar bem. Cabe muito mais a ele saber o que fazer e o que não fazer, mas precisamos dele. Com a qualidade dele, precisamos», atirou, lembrando que foi assim que a Argentina ganhou o Mundial em 2022, no Qatar.

«Com certeza. A Argentina fez isso com o Messi. Volto a dizer: os três do mundo (Messi, Cristiano e Neymar), podes colocar o Neymar e fazer isso. Não é que o Neymar vai ficar parado e nós a correr. Não existe isso, mas a Argentina fazia isso. O Julián Álvarez descia e o Messi ficava de falso nove. Estavam a defender em bloco baixo e o Messi estava lá parado na frente. A qualidade desses jogadores é irrecusável, não podes desperdiçar, é muito talento. E no futebol hoje a linha de ganhar e perder é muito fina. Esses jogadores é que saem dessa linha. Contra a Croácia, por exemplo, o Neymar, em um momento, fez um golo e pronto: solucionou o problema do Brasil naquele momento. O jogo estava trancado, o jogo estava difícil, e no momento ele fez um golaço e pronto, ficou 1-0 para nós», recordou, apesar da eliminação nessa partida.

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