Carlos Vicens, treinador do SC Braga, não quer desculpas relativas à densidade competitiva.
Carlos Vicens, treinador do SC Braga, não quer desculpas relativas à densidade competitiva. - Foto: IMAGO

Carlos Vicens: «É um objetivo ganhar a meia-final da Taça da Liga ao Benfica»

Treinador do SC Braga concedeu entrevista à Cadena SER Mallorca e falou da primeira época em Portugal. Confirmou ainda o interesse de vários clubes em Gabri Martínez no verão

Carlos Vicens, treinador do SC Braga, onde está a cumprir a primeira época, concedeu uma entrevista à Cadena Ser Mallorca e abordou a adaptação ao futebol português. 

«Começámos a época cedo, tivemos de jogar as pré-eliminatórias de acesso à UEFA Europa League. O tempo passou rápido, adaptamo-nos bem e estamos a desfrutar do dia a dia. Toa a experiência que adquiri no Manchester City foi incrível, mas tinha essa vontade de ser primeiro treinador. Os treinadores têm gostos e preferências. Tens de te adaptar ao futebol do país onde vais trabalhar, aos jogadores que terás às tuas ordens. Estamos muito dependentes de quem estamos a treinar. Obviamente que tratamos de ser uma equipa que tenta ter a bola, atacar mais que o adversário e criar oportunidades de golo através da posse de bola. Temos de ser conscientes do lugar onde estamos e ter em conta as pessoas que tens à disposição para trabalhar», começou por referir, destacando a importância de António Salvador no crescimento dos bracarenses. 

Carlos Vicens, treinador do SC Braga
Carlos Vicens, treinador do SC Braga

«O presidente está há muitos anos no SC Braga e conseguiu transformá-lo e convertê-lo no quarto clube de Portugal. Fez uma transformação enorme, tanto nas instalações como nos planteis que conseguiu ir construindo, como a formação, que é importante em Portugal. É um dos motivos que me levou a decidir ir para o SC Braga. Depois de ter saído do Manchester City, queríamos um projeto com ambição. O jogador português é muito competitivo. Tem uma capacidade de adaptação muito grande em diferentes contextos», comentou. 

Carlos Vicens, treinador do SC Braga, a dar indicações - Foto: Miguel Nunes
Carlos Vicens, treinador do SC Braga, a dar indicações - Foto: Miguel Nunes

Carlos Vicens admitiu que gostaria de voltar a Espanha e treinar na LaLiga, mas mostrou-se focado naquilo que o SC Braga poderá fazer esta época. 

«Todos temos sonhos e é bonito tê-los. Estamos em quatro competições. Somos a equipa portuguesa com mais jogos oficiais disputados. Sabemos que não é fácil chegar muito longe em todas elas. Mas gostaríamos de voltar a jogar competições europeias na próxima época e nas diferentes competições chegar o mais longe possível. Obviamente é um objetivo poder ganhar a meia-final da Taça da Liga ao Benfica e disputar uma final. Seria um sonho. Mas qualificar-nos também para a próxima fase da Liga Europa, os oitavos de final», apontou, falando em específico das contas no campeonato. 

Carlos Vicens, treinador do SC Braga. Foto: UEFA
Carlos Vicens, treinador do SC Braga. Foto: UEFA

«Quanto à distância para os três primeiros da Liga, primeiro temos clubes no meio, Gil Vicente, Famalicão e Moreirense. Temos de fazer o nosso dever na Liga e fazer uma boa temporada que nos permita ficar satisfeitos com ela e que deixe os adeptos do SC Braga felizes. Isso para nós é importante. Sobre o futuro, continuar bem como treinador, ficar neste projeto os anos que puder e conseguir as coisas mais altas possíveis. Já vivi em quatro países, contando com Espanha. Tenho uma família que me apoia muito e se adapta. Se tivermos a oportunidade de voltar a Espanha... tenho a ilusão de treinar na LaLiga», atirou. 

Questionado sobre o mercado, o treinador do SC Braga e ex-adjunto de Pep Guardiola assumiu que Gabri Martínez teve interessados no verão. O Maiorca foi um dos clubes apontados como tendo interesse no jogador do SC Braga

«Houve interesse no Gabri, no Brasil também havia clubes interessados. Foi um verão marcado por uma lesão que teve no primeiro particular, uma entorse, quando estava num bom momento. Surpreendeu-nos rapidamente a rápida adaptação às nossas ideias. Tem-se de conjugar uma série de fatores para que um jogador saia. Dávamos muita importância à continuidade do jogador e o SC Braga não o queria oferecer. E o jogador sabia que no SC Braga poderia jogar na Liga Europa, há ambição na Liga. Não se sentia desconfortável em Braga. Se trabalhas bem no SC Braga, podem surgir outras oportunidades. Estamos muito felizes por não ter saído, porque é muito importante para nós e de certeza vamos conseguir tirar muito rendimento dele», admitiu, fazendo uma reflexão acerca da janela de transferências. 

«Às vezes não é fácil gerir, temos de falar com os rapazes, há coisas que podem estar no ar e que acabam por acontecer à última hora. Aconteceu-nos neste final de mercado, perdemos o Roger Fernandes para a Arábia Saudita, já depois de ter fechado o mercado europeu. Países como Turquia e Arábia fecham mais tarde. Tivemos uma operação financeiramente importante, mas perdemos um extremo que era importante para nós e ficámos um pouco sem margem de poder atuar. Há gente que se dedica a ter de pensar nisso, no melhor para o futebol internacional e nós treinadores temos de nos adaptar ao que há», completou o treinador, que assumiu ter o Maiorca, onde passou seis anos, no «coração».