Bola no Lacximicant(o) foi 'tiro' na rota dos guerreiros (crónica)
Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe. Aplique-se o ditado a este encontro de abertura da 15.ª jornada da Liga porque assenta na perfeição.
Como diz o povo, foi um belo jogo da bola! Ritmo elevado, intensidade nos limites em muitos duelos individuais, parada e resposta, oportunidades claras de golo de um lado e de outro... caiu para o Estoril.
Os canarinhos passavam por um mau momento — três derrotas (duas para o campeonato e uma para a Taça de Portugal) e um empate — e só não entraram no jogo a perder porque Joel Robles agigantou-se perante Pau Victor (4'). Os bracarenses queriam somar a quinta vitória seguida na Liga (e aumentar a invencilidade para oito jogos, no conjunto de todas as provas).
Os da casa reagiram rapidamente e a partir do quarto de hora equilibraram. E Yanis Begraoui (17') e André Lacximicant (18') até poderiam ter inaugurado o marcador.
Era bola cá, bola lá, e João Moutinho, 10 minutos depois, fez uso dos seus 170 centímetros para, de cabeça, obrigar Robles a excelente intervenção. A oportunidade seguinte voltou a ser dos arsenalistas, com Gabri Martínez, no interior da pequena área, a falhar de forma clamorosa, na sequência de um cruzamento com conta, peso e medida de Víctor Gómez.
O castigo máximo para os comandados de Carlos Vicens chegaria à beira do intervalo e foi sentenciado por um antigo jogador do SC Braga: André Lacximicant. Passe longo de Pedro Amaral, o avançado ganhou em velocidade a Gustaf Lagerbielke, não se atemorizou com Vítor Carvalho e Bright Arrey-Mbi e, já na área, rematou cruzado e colocou a bola junto ao poste esquerdo da baliza à guarda de Lukas Hornicek — golo que não festejou.
Exigia-se, pela dimensão dos bracarenses e pela série triunfal por que passavam, uma reação à altura, mas o que sobrou em vontade e atitude faltou em eficácia. As situações mais claras para o empate foram negadas em cima da linha por Jordan Holsgrove (48') e Antef Tsoungui (88') e quem desperdiça assim está sujeito a ser castigado.
Mas o Estoril continuou a fazer pela vida e só não chegou ao tento do (mais do que provável) descanso porque Hornicek foi... gigante.
O homem de gelo não ficou o melhor amigo de Yanis Begraoui, a quem impediu de festejar em três ocasiões (57', 82' e 90+3'). A mesma sorte (ou falta dela) teve Fabrício Garcia, que viu o camisola 1 travar-lhe o disparo após o atropelamento e fuga a Lelo e Lagerbielke (86').
Uma bola no Lacximicant(o) tirou os guerreiros da rota certa. O Estoril respira, o SC Braga tem o Gil Vicente e o Famalicão à perna...
As notas dos jogadores do Estoril:
Joel Robles (7), Ricard Sánchez (6), Kévin Boma (6), Felix Bacher (6), Pedro Amaral (6), Jandro Orellana (5), Jordan Holsgrove (6), João Carvalho (6), Yanis Begraoui (5), Rafik Guitane (5), André Lacximicant (7), Ferro (5), Nodar Lominadze (5), Tiago Parente (5), Fabrício Garcia (6) e Antef Tsoungui (6).
As notas dos jogadores do SC Braga:
Lukas Hornicek (7), Gustaf Lagerbielke (4), Vítor Carvalho (5), Bright Arrey-Mbi (5), Víctor Gómez (6), Gorby (5), João Moutinho (6), Gabri Martínez (5), Rodrigo Zalazar (5), Pau Victor (5), Diego Rodrigues (5), Mario Dorgeles (5), Ricardo Horta (5), Florian Grillitsch (5), Fran Navarro (5) e Leonardo Lelo (-).
Ian Cathro (treinador do Estoril)
Jogo com duas partes diferentes. Na primeira foi mais dividido, mas explorámos os espaços que queríamos e depois de não sofrermos conseguimos marcar. Na segunda parte só quero dar os parabéns aos jogadores pela concentração.
Carlos Vicens (treinador do SC Braga)
A verdade é que não foi o nosso melhor jogo. Faltou dinamismo à equipa. Foi uma partida aberta na primeira parte e tivemos as melhores ocasiões, mas o Estoril chegou à vantagem numa boa jogada. Depois arriscámos... Não estamos contentes.