Bodyboard: «Devo muito a Portugal»

Pierre-Louis Costes, bodyboarder de nacionalidade francesa e coração português, venceu, no passado fim de semana, o Sintra Bodyboard Pro Fest, penúltima etapa masculina do IBC World Tour e atirou a decisão do título para o fecho da temporada do Circuito Mundial de bodyboard, em Fronton, nas Canárias, 12 a 17 de outubro.

Portugal e a Praia Grande, palco do Sintra Pro, são um lugar especial para o veterano, de 34 anos, nascido em Vichy, França, que descobriu o bodyboard aos nove, quando vivia em Marrocos. Cresceu na costa sul gaulesa, perto de Nice, e reside em Portugal há mais de uma década, mais precisamente na Costa da Caparica.

Enamorou-se pela qualidade das ondas lusitanas, mas seria o amor à mulher, Rute Penedo, portuguesa, que fez Pierre-Louis apanhar a onda da sua vida e mudar de país, em definitivo. «A verdade, foi o amor do coração. Claro que sabia que Portugal tinha altas ondas, que era um país que respira bodyboard e surf, mas o primeiro motivo foi seguir o meu coração», confessou, a sorrir, em conversa com A BOLA, o campeão do Sintra Pro e bicampeão mundial em 2011 e 2016. «Foi a melhor coisa que fiz, mudei-me», reconhece.

Começa por falar das ondas. «Vir a Portugal era sinónimo de Sintra Pro e campeonatos. Até que realmente tive tempo de explorar a costa e quando comecei a passar mais tempo cá, comecei a perceber a qualidade e a variedade das ondas», admite.

Regressa ao assunto do coração e à história de um amor (quase) à primeira vista, por Rute Penedo, também ela ligada à modalidade. Começou numa geografia distante.

«A primeira vez que a vi e ela a mim foi no Havaí, em 2008», recordou. Quis o destino que, pouco tempo depois, se cruzassem, de novo, agora em território luso. «Em 2009, competi em Viana do Castelo. O Hugo Pinheiro [bodyboarder português] foi buscar-me ao aeroporto [Lisboa] e fiquei uns dias em casa dele, na Costa [da Caparica]. Conhecia-a lá. Era a melhor amiga da mulher do Hugo», sorriu.

A temporada de 2011 começou a marcar a mudança para terras lusas. «Foi um ano muito especial para mim. Ganhei o meu primeiro título mundial e decidi passar mais tempo em Portugal, em vez de voltar para a França após cada campeonato», contou.

«Comecei a trazer mais coisas, na altura para casa da minha namorada [Rute], a passar os Natais em Portugal, a minha família vinha visitar-me e, em 2012, a transição foi feita, em definitivo», recordou. O amor falou mais alto e tudo mudou: «Casámo-nos em 2015, o nosso filho nasceu em 2017».

A culpa pelo matrimónio contraído é imputada ao amigo Hugo Pinheiro que viria, juntamente com a mulher, Susana, recompensado com o convite para padrinhos de casamento.