Pizzi marcou de penálti para o Estoril (foto: Rodrigo Antunes/LUSA)
Pizzi marcou de penálti para o Estoril (foto: Rodrigo Antunes/LUSA)

Belenenses desperdiçou e o Estoril aproveitou (aos 90+4)

Vitória muito suada dos canarinhos na casa da equipa de Liga 3, que só se pode queixar de si própria

O Belenenses quis disfarçar a diferença de dois escalões para o Estoril e, através de Evandro Barros, pôs a defesa adversária em sentido com várias investidas pela esquerda. Os da Linha, mais acutilantes, criaram perigo, primeiro com uma bomba de Tiago Brito (16’) para defesa atrapalhada de Gonçalo Pinto, a realizar o primeiro jogo pelos azuis.

Ferro tremeu atrás e concedeu uma oportunidade a Sambú (20), estragada pela intervenção atempada de Bacher.

Até que aos 26’, Miguel Bandarra julgou mal um atraso de cabeça para Gonçalo Pinto, levando o guardião a derrubar Lacximicant na grande área. Pizzi assumiu a responsabilidade e, de penálti, fez o seu primeiro golo (27’) com a camisola do Estoril.

A equipa de Ian Cathro galvanizou-se com o golo e Pizzi ameaçou o bis (33’) com um remate que Pinto defendeu com dificuldades.

Por momentos, foi tudo azul

O Belenenses ainda acabou a 1.ª parte por cima, com remates perigosos de Miguel Bandarra (45+1’) e Diogo Leitão (45+3’). Foi um aviso para a entrada fulgurante dos azuis na 2.ª parte, com um golo de Eduardo Souza (51’), após assistência do inevitável Evandro.

Começava a chover copiosamente no Restelo e o Belenenses ficou perto da reviravolta com Martin Turk a fazer grande defesa após um pontapé fulminante de Tiago Morgado (53’), antes de Nuno Tomás (55’) também ameaçar com um cabeceamento venenoso.

O Estoril retomou o controlo da partida, aproveitando-se da quebra de ritmo da equipa belenense. João Carvalho (67’) e Lacximicant (83’) ameaçaram com dois disparos, ambos ao lado da baliza de Pinto.

A verdade é que ambas as equipas não queriam ir a prolongamento e quem esteve mais perto de evitar isso foi o Belenenses. Já aos 90+3’, Wilson Eduardo soltou-se na ala direita e descobriu João Machado no coração na área. Mas o jveom lateral, isolado, atirou por cima e ficou a olhar para o céu. Logo a seguir, João Paredes deixou as luvas de Turk a arder.

Até que aos 90+4’, o Belenenses perdeu a bola de forma infantil a meio-campo, André Lacximicant, que foi dos jogadores mais inconformados com a exibição pálida do Estoril, finalmente chegou a um golo com um remate cruzado que apanhou Gonçalo Pinto em contrapé.

Com este suado triunfo – e apenas a segunda vitória da época – o Estoril marca encontro com o Famalicão na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.

Declarações de Tiago Zorro, treinador do Belenenses:

Fizemos um bom jogo dentro da nossa identidade, que é jogar sempre para ganhar. Conseguimos discutir todo o jogo. Nos descontos temos uma bola para fazermos o 2-1, não fizemos e não devíamos sofrer um golo em transição da equipa adversária. Hoje caiu aqui um gigante. Fez-nos sentido montar uma estratégia diferente, com três centrais, e penso que acabámos por surpreender a equipa adversária. É mais uma arma desta equipa e os jogadores deram-nos confiança para termos esta diversidade.

Declarações de Ian Cathro, treinador do Estoril:

Na época passada ficou provado que a equipa foi melhorando em termos da qualidade que apresenta em campo. Nós temos de viver no momento, hoje conseguimos o objetivo, houve coisa boas, houve erros também. Temos de trabalhar dia após dia, para melhorarmos algumas coisas do nosso jogo e subirmos o rendimento dos jogadores. Ferro saiu [ao intervalo] com um pequeno desconforto, acredito que não seja nada de grave.