Banco do Estrela, grito de revolta de Villas-Boas e Moreirense: tudo o que disse Vítor Bruno
— O FC Porto volta a defrontar o Moreirense, que ilações há a tirar do último encontro em que a sua equipa foi eliminada da Taça de Portugal?
— Nos jogos não encontramos réplicas iguais, mesmo defrontando adversários por muito idênticos que sejam, não conseguimos encontrar aqui uma cópia fiel daquilo que já encontramos no passado. Até porque na Taça da Liga o Moreirense apresentou-se com 4 ou 5 alterações naquilo que é o seu 11. Na Taça de Portugal já mais aproximado daquilo que é aquele 11 mais utilizado, à exceção do Ofori e do Schettini que estavam disponíveis nesse jogo. É um adversário que está muito bem montado, muito bem organizado, com uma identidade muito própria. Perceber que momentos é que tem de superar o adversário, vai-nos obrigar a estar com um olhar super atento, mas a querer muito ganhar, porque é um momento também importante do campeonato.
— A trajetória fora de casa não tem sido positiva, o que fazer para mudar esse ciclo?
—Isso para mim, sinceramente, diz-me muito pouco. Jogar em casa ou fora representa ao mesmo, que são três pontos. É verdade que o último ciclo de jogos fora não foi a nosso favor, agora também percebemos que dos 6 primeiros classificados, nós já jogámos contra 5 deles, sendo nós neste momento o 3º. Fizemos 9 pontos em 15 possíveis, amanhã temos o 7º classificado também para defrontar, já jogámos nos Açores com Santa Clara, jogámos em Guimarães também fora, jogámos em Alvalade, jogámos na Luz, só com o Braga é que jogámos em casa e sabemos que este tipo de jogos valem campeonatos. Como valeu também no último jogo que fizemos em casa com o Casa Pia, são jogos que, no final, no detalhe, vão marcar a diferença entre ficar um lugar acima ou um lugar abaixo. É dessa forma que olhamos. Jogar em casa ou jogar fora para nós, neste momento, sinceramente, é muito importante. Nem tivermos um olhar muito especial por esse prisma, porque sabemos que não nos vai adiantar nada. No fundo é olhar para amanhã como uma oportunidade, não fazer isto um problema. Muitas vezes problemas não são um problema em si, mas sim a forma que nós olhamos para ele, a atitude que temos perante o problema. E queremos olhar amanhã como uma oportunidade de poder reverter este ciclo mais recente que tivemos a jogar fora
— O campeonato tem sido marcado por enorme equilíbrio dos três grandes na frente do campeonato. Está mais difícil ser campeão?
— Os três grandes estão a fazer o que deviam fazer. Tem o número de pontos que têm tido nos últimos anos. É olhar para o jogo com o respeito que o adversário merece. Olhar para o que podemos fazer de diferente. Como se apresenta, se monta uma linha de cinco, se em desvantagem investe... isso é o que temos que fazer. Um adversário que é forte em casa, mas todos os ciclos acabam. Que seja amanhã!
— O que aconteceu no jogo com o Estrela da Amadora, houve provocação do banco do Estrela da Amadora? No que toca ao futebol, o FC Porto depende de si próprio para ser campeão…
— Se chegarmos à última jornada a depender só de nós está perfeito. Fico muito feliz, não tanto por mim, mas pelo clube. A primeira pergunta nem vale a pena. Eu não assisti a nada. Estive no relvado. Depois deparo-me com o presidente e fui para o gabinete. No jogo, vi que houve rebuliço no banco. Se colocassem uma câmara em cima do banco do adversário viam que foi um comportamento recorrente.
— Como viu o grupo de trabalho o grito de revolta de André Villas-Boas e o que dizem os relatórios?
— Presidente que é presidente tem de defender os interesses do clube. Se naquele momento sentiu que devia fazê-lo fê-lo muito bem. Ponto!
— O FC Porto ganhou os dois últimos jogos, mas as exibições continuam a convencer. Não é preciso jogar muito mais em Moreira de Cónegos para sair de lá com os três pontos?
— Eu percebo. Se jogar o que jogou nos últimos jogos e ganhar, para mim está perfeito. Todos querem futebol de nota artística, mas há momentos em que isso não dá para acontecer. Com dez oportunidades por jogo, a empurrar o adversário... isso também quero. Também quero uma equipa sufocante. A espaços vamos conseguindo. É importante olhar para o outro lado da moeda. O Estrela perdeu por números avassaladores em Alvalade e na Luz, mas vejo o número de lances de golo claro que teve lá e que teve no Dragão. Mas olhemos para o jogo com o Estrela. Sei que perdeu por números avassaladores em Alvalade e na Luz, mas desafio-vos a verem as oportunidades que teve nesses jogos e no Dragão.