Arne Slot orgulhoso da forma como o Liverpool lidou com a morte de Diogo Jota
O treinador do Liverpool, Arne Slot, expressou o seu orgulho pela maneira como o clube e os adeptos têm lidado com a trágica morte de Diogo Jota, numa semana em que o jogador português completaria 29 anos (neste 4 de dezembro).
A data, assinalada na passada quinta-feira, serviu para colocar em perspetiva as dificuldades desportivas que a equipa atravessa. Os adeptos dos reds continuam a homenagear o avançado, entoando o seu nome ao minuto 20 de cada partida.
Em declarações à Sky Sports, Slot falou abertamente sobre o quão difícil tem sido gerir o luto pela perda do jogador.
«Os jogadores, os nossos adeptos e todos os que estão ligados ao clube... todos se têm comportado de forma exemplar», afirmou o técnico neerlandês.
«Em todos os jogos, ao minuto 20, os adeptos cantam por ele. Desde o momento em que aconteceu até agora, sinto-me orgulhoso da forma como todos lidaram com a situação. Como clube, como jogadores, como adeptos, na minha opinião, não poderíamos ter feito melhor», acrescentou, sublinhando que os resultados desportivos ficam à margem desta análise.
Questionado sobre a dificuldade de regressar diariamente às instalações do clube, onde Jota era uma presença marcante, Slot explicou a complexidade do processo.
«É completamente diferente do que é habitual quando se está de luto. Normalmente, é um familiar ou um amigo, e o trabalho torna-se um escape. Aqui, é o oposto. Quando os jogadores e nós, equipa técnica, estamos aqui, somos muito mais confrontados com a situação do que quando estamos em casa.»
No entanto, o treinador fez questão de relativizar o sofrimento do clube em comparação com o da família do jogador.
«Temos de compreender que, se é difícil para nós, quão mais difícil será para a sua família, para a sua mulher, filhos e pais? Sim, é duro para nós, mas para eles deve ser incrivelmente duro. É o aniversário dele, o Natal aproxima-se, o Ano Novo... tem sido um ano muito difícil para eles, e este mês não será exceção.»
Apoio dos adeptos e do clube em tempos difíceis
No plano desportivo, o Liverpool atravessa uma fase negativa. Os campeões em título venceram apenas quatro dos últimos 14 jogos em todas as competições, somando nove derrotas. Esta quebra de rendimento, em contraste com o domínio da época passada, colocou a gestão de Slot sob escrutínio.
Ainda assim, o treinador garante que o apoio dos adeptos tem sido fundamental nos momentos mais complicados.
«Em primeiro lugar, a minha família dá-me um apoio imenso, como sempre, independentemente de ganharmos ou perdermos, mas talvez ainda mais quando perdemos», disse.
«O mesmo se pode dizer de todos no clube, desde a direção a Michael Edwards, Richard Hughes ou qualquer outra pessoa. A equipa técnica tem sido muito prestável, tentando fazer ainda mais do que o habitual para que os resultados apareçam. Não me sinto de todo sozinho.»
Slot admitiu que existem momentos de solidão, mas que, no geral, sente um enorme suporte. «Não posso esquecer os adeptos. Fala-se do escrutínio e da pressão, mas nos últimos três jogos, talvez ainda mais, senti sempre o apoio deles. E não apenas senti, consegui ouvi-lo. Os que estão no estádio, como na bancada visitante contra o West Ham e agora novamente contra o Sunderland, consigo ouvir o apoio que me dão.»
O técnico concluiu, referindo que os tempos difíceis lhe mostraram, ainda mais, a singularidade do Liverpool.
«Não diria que aprendi, mas mostrou-me ainda mais o quão especial este clube é. Porque quando se ganha, todos os adeptos em todo o mundo apoiam. A diferença faz-se quando as coisas estão difíceis. A primeira vez que o demonstraram foi com a tragédia do Diogo. E pela forma como esta época tem corrido, senti, e creio que os jogadores também, um grande apoio da parte deles. É aí que se destacam em comparação com tantas outras massas adeptas.»
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