Simone Inzaghi, treinador do Al Hilal - Foto: IMAGO

Acusado de trair o Inter: «Inzaghi não é Mourinho»

Reações à notícia de que o treinador italiano chegou a acordo com o Al Hilal antes da final da Champions

Simone Inzaghi recebeu muitas críticas do universo interista por ter chegado a acordo com o Al Hilal antes da final da UEFA Champions League que os nerazzurri perderam por 0-5 diante do PSG.

«Traiu o Inter e desapontou-me enquanto homem», afirmou o ex-diretor do clube, Ernesto Paolillo, em declarações à Rádio TMW. «Ele aproveitou o momento para ganhar um grande salário, não para se testar enquanto treinador», continuou.

O comparativo com a forma diferente como José Mourinho geriu a proposta do Real Madrid, em 2010, é apontada para marcar as diferenças: «Mourinho lidou muito melhor com a situação. Ele fez questão que nenhum jogador do Inter soubesse que ele tinha chegado a acordo com o Real Madrid e usou a final [frente ao Bayern, vitória dos italianos por 2-0] como uma arma psicológica, lembrando aos jogadores que aquela era uma oportunidade única na carreira deles.»

Sabe-se agora que os futebolistas do Inter já estavam a par, antes da final, que o técnico estava de partida, além dos rumores sobre propostas milionárias a Bastoni e Barella para rumarem ao mesmo destino, como se lê no jornal La Gazzetta dello Sport, cujo título do artigo é sugestivo: «Inzaghi não é Mourinho».

«Se a crítica é o preço que tenho de pagar por quatro anos de trabalho no Inter, estou disposto a aceitá-la. No entanto, isso não se compara a tudo o que vivi de bom no Inter: os seus adeptos, a direção, os jogadores e todo o clube», disse Simone Inzaghi, no lançamento do jogo de estreia ao comando da ex-equipa de Jorge Jesus, frente ao Real Madrid do também estreante Xabi Alonso.

Na mesma intervenção, o finalista vencido da Champions afirmou que o Al Hilal foi a única equipa que quis treinar, para abandonar a sua «zona de conforto».

Sobre a saída do Inter fez ainda questão de desmentir que tenha sido uma decisão unilateral. «Ambas as partes concordaram que seria bom para o Inter e para mim seguirmos caminhos separados», disse, contrariando a versão de que o presidente do clube tinha a proposta de renovação pronta no dia em que o Al Hilal publicou o vídeo com uma entrevista de Inzaghi a falar sobre os objetivos que tinha para o novo desafio.

O caso ganhou polémica porque o CEO do Al Hilal, Esteve Calzada, afirmou, em entrevista à BBC, que acertou tudo com Inzaghi antes da final da Liga dos Campeões, em Munique. «A decisão ficou tomada, só faltava a assinatura depois do jogo», explicou.

Confrontado com estas declarações, o presidente do Inter, Giuseppe Marotta, não pretendeu alimentar a polémica, muito embora o jornal La Gazzetta dello Sport tenha noticiado que houve uma grande sensação de embaraço na comitiva nerazzurra perante estas declarações. «Não vale a pena falar em desmentidos. Inzaghi faz parte do passado», afirmou o dirigente, em declarações à DAZN. «O que interessa agora é o orgulho de estarmos nesta competição [Mundial de Clubes]. Estamos gratos a Inzaghi, mas o testemunho foi agora passado a Cristian Chivu.»

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