A grande batalha de Djokovic: «Que motivação tem agora?»
Novak Djokovic está a atravessar uma crise de títulos. O sérvio não conquista um título de Grand Slam desde setembro de 2023, quando se sagrou campeão do US Open, em Nova Iorque, e o seu último título ATP foi em Turim, no final da mesma temporada, quando venceu o ATP Finals. Tendo, entretanto, conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, no ano passado.
O momento de Djokovic está a dar que falar e Patrick Mouratoglou, antigo treinador de Serena Williams, traçou um paralelo entre a situação vivida pela americana e a que o sérvio está a viver.
«Quando comecei a trabalhar com a Serena, em 2012, ela estava a atravessar uma crise. Antes disso, tinha perdido na primeira ronda de Roland Garros e estava há dois anos sem um título de Grand Slam. Disse-me que queria ganhar mais um Grand Slam e que talvez se retirasse. Depois, ganhou o ouro olímpico e o US Open e tudo mudou. Voltou a ter motivação», afirmou Patrick Mouratoglou.
Mouratoglou, que atualmente trabalha com Naomi Osaka, continuou no mesmo tom: «Após essa crise, vieram os sucessos. Ela começou a falar que queria ultrapassar a Chris Evert e a Martina Navratilova, com 18 títulos cada, e depois a Steffi Graf, com 22. Deixou de falar sobre uma possível retirada». É aqui que Mouratoglou estabelece o paralelo com Djokovic.
«É sempre importante perseguir algo. Vemos agora com o Novak que ele está numa grande batalha. Qual é o seu grande objetivo agora que ultrapassou Roger Federer e Rafael Nadal? Como se manter motivado? Essa é a questão, tanto quando se joga como quando se treina», questionou Patrick Mouratoglou.
Ao contrário de Serena, Novak já não tem nenhum recorde importante para quebrar. Bateu todos os mais importantes e agora – se o francês estiver certo – o problema é que ele não tem mais ninguém para perseguir. Todas as batalhas, a partir de agora, são travadas apenas consigo mesmo.
Nole tem 99 títulos ATP, o recorde é de Jimmy Connors, com 109, e não é realista pensar que ele possa ultrapassar o americano. Por outro lado, a motivação poderá ser o 25.º Grand Slam e o recorde absoluto, porque aí ultrapassaria Margaret Court, com quem partilha atualmente esse feito.