A equipa mais ambiciosa do Sporting
Sete meses depois de ter aqui escrito sobre a equipa de andebol do Sporting volto a ela depois de um dia que não foi de vitória mas de derrota. Nos quartos de final da Liga dos Campeões, houve lágrimas no Pavilhão João Rocha mas essas lágrimas, quando se chega tão longe na maior competição de clubes da modalidade, só provam que os rapazes do andebol leonino são provavelmente a equipa mais ambiciosa e que mais empatia cria junto dos adeptos verdes e brancos — junte-se o futsal que por estes dias está também nas decisões da Champions da modalidade. Chegaram longe, muito longe, quase tão longe quanto à final a quatro da competição, ninguém lhes pedia mais mas não ficaram satisfeitos.
Sim, dê-se o devido desconto para o futebol, que move montanhas, é o que faz vibrar as multidões, mas até por isso o que o andebol leonino fez esta temporada na Europa merece ser destacado, emoldurado, porque vivemos num país de modalidade única e onde para a maioria das pessoas esta participação até vai passar ao lado, sem direito a louros ou convites para programas de TV de entretenimento que por vezes glorificam feitos bem menores.
Obrigado por estarem Lado a Lado connosco em todos os momentos 💚 #AndebolSCP #ehfcl pic.twitter.com/HA8fMjS9KH
— Sporting CP - Modalidades (@SCPModalidades) April 30, 2025
A tristeza terá de dar lugar ao orgulho, por aquilo que fizemos. Fizemos sonhar os nosso adeptos. Muito felizes por termos chegado até aqui, mas é duro. Muito orgulhoso do trabalho que fizemos até aqui. Era o nosso primeiro ano na Liga dos Campeões e temos de retirar o que fizemos de positivo e levantar a cabeça. Há muita coisa para conquistar. Queremos voltar e que este não tenha sido ano especial. Quem tenta escalar o Evereste não é na primeira vez. Estivemos perto e vamos escalar outra vez
Era mesmo o Evereste que os verdes e brancos se propunham escalar e quase chegaram ao topo da final four da Champions, que se joga em Colónia, Meca da competição. E as palavras do treinador Ricardo Costa provam que esta equipa é de topo mesmo não o tendo atingindo. Porque depois da queda, grande porque a escalada ia alta, já está a levantar-se e a pensar voltar e sem medo de assumir o objetivo de um dia chegar a Colónia, quando há bem pouco tempo seria considerado louco poder sequer admitir tal cenário.
Nesta caminhada, os leões derrotaram na fase de grupos, por exemplo, o Fuchse Berlim, colosso alemão que vai estar na final a quatro que vai decidir o título. O que mostra que as lágrimas na despedida do leão não foram de resignação, foram lágrimas de campeões que ficaram com a sensação de que podiam ter feito ainda melhor. E isso é de fibra, isso é que faz as grandes equipas e esta já começou a programar nova viagem futura para escalar a montanha duma modalidade que tem de ser vista como um caso sério em Portugal — tanto que o FC Porto (com o qual os leões batalham pelo título nacional que abre as portas da Liga dos Campeões) também chegou aos quartos de final mas da Taça EHF (para os menos familiarizados com a modalidade uma espécie de Liga Europa), prova que o Benfica venceu em 2021/2022, e com a Seleção Nacional recentemente a brilhar com um 4.º lugar no Campeonato do Mundo.
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Voltemos ao João Rocha esgotado na noite de quarta-feira. A força desta equipa viu-se também quando foi ovacionada na hora da derrota, não por uma vitória moral típica dos derrotados mas pelo reconhecimento de que estes leões, como vaticinou José Alvalade, são mesmo tão grandes como os melhores da Europa. E não contentes querem ser ainda maiores.
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