A certeza do capitão do Atlético: «Vamos criar dificuldades ao Benfica»
Paulinho, lateral-direito de 33 anos, enverga orgulhosamente a braçadeira de capitão do Atlético, que, por estes dias, tem estado nas luzes da ribalta, por conta do jogo de amanhã, diante do Benfica, na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
Um jogo especial para o defesa, que cumpriu formação na Luz: «Encaro o jogo com esperança. Esperança de que vamos fazer as coisas bem. Vamos manter a nossa identidade e vamos criar dificuldades ao Benfica. É o que espero do jogo. E é óbvio que acho que ninguém precisa de motivação para um jogo deste nível.»
O capitão garantiu, ainda, que o grupo está unido e não escondeu a ambição: «Acreditamos que podemos eliminar o Benfica. Temos de sonhar. Sonhar não se paga. É fácil estar motivados para um jogo deste nível, a equipa está super motivada, trabalhámos bem durante a semana, fizemos as coisas bem e acho que estamos preparados para fazer um bom espetáculo.»
O facto de o jogo ter como palco o Estádio do Restelo e não na Tapadinha é um amargo de boca, ainda assim Paulinho realça o facto de não ser uma distância muito longa para os adeptos: «Não escondemos que gostávamos de jogar na Tapadinha, não podendo, estamos a jogar perto de casa. A SAD fez força para estarmos perto de casa para termos a massa associativa perto de casa e conseguiu. Acho que podemos sentir-nos em casa, teremos o nosso público a apoiar-nos nos 90 minutos.»
O percurso do Atlético tem sido uma escada nesta edição da Taça de Portugal. Primeiro os alcantarenses deixaram pelo caminho uma equipa do Campeonato de Portugal (Rebordosa), depois um adversário da Liga 2 (Felgueiras) e agora um grande da Liga (Benfica). questionado sobre o que retiram dos jogos anteriores, o camisola 11 foi perentório.
«Retiramos que temos de estar sempre concentrados do início ao fim, independentemente de que equipa for. Estivemos muito bem frente a uma equipa de escalão inferior, que nos criou dificuldades, tivemos de estar super concentrados para conseguir sair com a vitória. Contra o Felgueiras, equipa de escalão superior, trabalhando há algum tempo junta, criou-nos algumas dificuldades, mas tivemos muito bem, foi um dos nossos melhores jogos. E agora o Benfica, acho que é o culminar do que fizemos bem e é uma oportunidade para mostrarmos que o Atlético joga bem, que temos uma identidade boa», salientou.
E que entidade é essa?
«Temos de manter as nossas ideias, ser fiéis a nós próprios. A identidade que temos é jogar à bola, jogar bem, bonito e pressionar o Benfica, criar-lhe dificuldades, é o que queremos», respondeu.
Vitória no Dragão como motivação
Paulinho foi recordado do jogo do Atlético diante do FC Porto, no Dragão, a 7 de janeiro de 2007, em que a equipa alcantarense deixou os dragões pelo caminho, com um golo de David da Costa (1-0). Questionado sobre se é uma inspiração, o lateral-direito não se fez rogado: «Temos de ter os olhos no que fizeram, no que fizeram bem e isso comprova que não há impossíceis no futebol. Se estivermos bem, se mantivermos a nossa identidade, se formos fiéis a nós próprios podemos ser vitoriosos no jogo.»
Instado a dizer se prefere apanhar pela frente, na lateral direita, Prestianni ou Schjelderup, Paulinho deu a volta à questão: «Para jogar no Benfica têm de ter qualidade. Qualquer adversário que vá apanhar tem qualidade e tenho de conseguir retirar esse jogador do jogo, fazendo com que passe ao lado. Acho o Prestianni mais difícil por ter um centro de gravidade mais baixo, é mais irreverente, mas qualquer um dos dois tem qualidade, espero estar a cem por cento e fazer com que nenhum crie dificuldades.»