A análise de Pedro Henriques à arbitragem do Portugal-Espanha

Sandro Scharer foi o árbitro suíço da final da Liga das Nações. A equipa de arbitragem foi ainda constituída pelos seguintes elementos: Jonas Erni e Susann Kung; 4.ºárbitro: Serdar Gozubuyuk (Países Baixos); VAR/AVAR: Fedayi San (Suiça)/Dennis Higler e Pol van Boekel (Países Baixos). Segue a análise ao trabalho desta equipa no Portugal-Espanha.

2’ Marc Cucurella sem bola e de forma imprudente acabou por pisar Francisco Conceição, foi um ato inadvertido quando se aproximou para empurrar o jogador português, aceitando-se a não mostragem de cartão amarelo.

19' Gonçalo Inácio, ao saltar, acaba por de forma negligente por acertar com o cotovelo direito o pescoço de Oyarzabal. As entradas de braços, mãos e cotovelos à cara, pescoço e cabeça dos adversários são normalmente punidas com cartão amarelo. Boa decisão.

21' O golo da Espanha foi irregular e deveria ter tido a intervenção do VAR para ajudar num lance de difícil análise em movimento corrido. Lamine Yamal cruzou a bola e na sua trajetória Zubimendi, com a cabeça, toca claramente no esférico e é neste momento que vai contar para análise a posição de fora de jogo de Oyarzabal, que não vai tocar na bola, mas que, com o seu braço direito, toca nas costas de Rúben Dias e dessa forma o central português acaba por em desequilíbrio intercetar a bola de forma atabalhoada. Ora, este contacto nas costas de um jogador em fora de jogo faz com que ele tome parte ativa no jogo, e tem claro impacto na forma com o central português depois acaba por jogar a bola quando a interceta. Relembrar uma vez mais, que a lei 11 do fora de jogo, na sua página 100 diz, há infração de fora de jogo quando mesmo não tocando na bola se interfere com o adversário sempre que se tome uma ação óbvia que tenha impacto claro na capacidade de o adversário jogar a bola. Foi o que aconteceu neste lance.

26' O primeiro golo de Portugal foi legal, pois na construção da jogada o joelho direito de Cristiano Ronaldo, que é a parte do corpo que está mais adiantada, é posta em jogo pelo pé direito, que está mais recuado, de Dean Huijsen.

33' Cartão amarelo bem mostrado a Fabián Ruiz por, com o seu pé esquerdo, pontapear e derrubar o joelho de Pedro Neto, cortando desta forma uma saída em contra-ataque. Uma falta tática bem punida técnica (livre direto) e disciplinarmente (advertência).

45' O segundo golo espanhol foi irregular, pois a recuperação da bola foi em falta, na zona do meio-campo. Na ocasião, Le Normand chega tarde e por trás acerta em cheio com a sua canela da perna direita no gémeo esquerdo de Bernardo Silva. Faltou VAR num lance claro e óbvio com as repetições.

48' Golo bem anulado a Portugal, pois na construção da jogada há um passe de Bruno Fernandes para Pedro Neto quando este está claramente adiantado em relação ao penúltimo adversário. A assistente deixou a jogada ir até ao fim e só depois levantou a bandeirola, cumprindo assim o protocolo VAR.

82' Cartão amarelo bem mostrado a Pedro Neto por agarrar de forma evidente e ostensiva Lamine Yamal. Este comportamento antidesportivo foi bem sancionado disciplinarmente.

90+1' Cartão amarelo bem mostrado a Robin Le Normand, pois na ocasião rasteirou Rafael Leão cortando um ataque prometedor quando este ia entrar na área pelo corredor lateral esquerdo.

Os descontos de tempo (recuperação de tempo perdido) de dois minutos dados no fim do segundo tempo foram escassos e nada condizentes com o que se passou, pois tivemos três paragens para substituições, dois amarelos, um golo e duas assistências a jogadores lesionados, nomeadamente a Diogo Costa e Cristiano Ronaldo.

100' Amarelo dado a Alex Baena e a Nuno Mendes, o espanhol por empurrar sem bola o defesa português e este pela forma como reagiu. Comportamentos incorretos e antidesportivos bem punido disciplinarmente.

O penálti defendido por Diogo Costa, após remate de Alvaro Morata, foi correto e legal, pois o guarda-redes português movimentou a sua perna direita para a frente deixando o seu pé esquerdo a pisar a linha de baliza (lei 13 o pontapé de penálti, página 125, quando a bola é pontapeada o guarda-redes deve ter pelo menos parte de um dos pés a tocar, alinhado ou atrás da linha de baliza).

NOTA DO ÁRBITRO: 3