Quatro irmãos e quatro ensaios na reviravolta italiana

Itália recupera de 7-17 ao intervalo e vence o Uruguai por 38-17. Azzurri abrem a porta da qualificação para o Mundial 2027, na Austrália.

Um póquer de ensaios (4) na segunda parte garantiu à Itália o segundo triunfo consecutivo no Mundial e a liderança do Grupo A, à condição, 24 horas antes do encontro França-Namíbia de 5.ª feira (20h00). 

Em Nice, frente ao Uruguai, os Azzurri recuperaram de uma desvantagem ao intervalo de 17-7 e terminaram o encontro com uns confortáveis 38-17 com direito a ponto de bónus ofensivo. O segundo em outras tantas partidas no França-2007 (10 pontos), facto que coloca os italianos, 12.º do ranking mundial, em posição privilegiada para terminar o grupo no 3.º lugar e, desta forma, garantir o bilhete para o campeonato do mundo de 2027, na Austrália. 

Apesar do ensaio madrugador de Lorenzo Pani, os amarelos a Niccolo Cannone, um dos dois pares de irmãos italianos no XV inicial - Lorenzo e Niccolo Cannone e Paolo e Alessandro Garbisi -, inédito na seleção europeia, e Danilo Fischetti (originou um ensaio de penalidade) abriram espaço para os Los Teros sonharem com o quarto triunfo num Mundial, em cinco participações (1999, 2003, 2015 e 2019). 

Miragem alimentada com um ensaio convertido de Nicolas Freitas e um pontapé de drop de Felipe Etcheverry (7-17, a favor do Uruguai) ao fim dos primeiros 40 minutos. 

Três ensaios em 10 minutos Michele Lamaro, Montanna Loane e Lorenzo Cannone (a limpar a ida do irmão para o banco do pecador) sendo que os dois primeiros quando os italianos jogavam em vantagem numérica, por amarelo ao uruguaio Andres Vilaseca, selaram a pontuação extra. Juan Ignacio Brex (61') fechou a mão cheia de toques de meta e Paolo Garbisi (irmão mais velho dos Garbisi, 23 anos) selou a contagem final de uma batalha épica que acalenta esperanças aos italianos e ameaça matar o sonho uruguaio. 

«Para ser honesto, é frustrante. Tínhamos um sonho grande em relação a este encontro. Sonhos grandes, às vezes, realizam-se, outras não», disse Esteban Meneses, selecionador do Uruguai. «Viemos aqui para fazer história, mas a Itália jogou muito bem na 2.ª parte. O nosso alvo é a Itália e a Namíbia. Foi um jogo duro, mas o segundo passo é a Namíbia e estamos preparados», concluiu.

«Somos um grupo, uma família. Foi um jogo muito duro. Nestes momentos, o que conta mais é quão forte é a equipa e na segunda parte (depois terem ficado com as orelhas quentes após a palestra do selecionador, Kieran Crowley) mostrámos isso mesmo e esmagámos tudo o que pudemos», disparou Michele Lamaro, capitão e Homem do Jogo. 

«[O Uruguai] Merece estar aqui, que não haja dúvida. Uruguai, Chile, Portugal... ganharam o direito de estar no primeiro plano. É isto que é o Mundial”, rematou Crowley.