O que têm em comum Rohan Dennis e Oscar Pistorious?

Ambos atletas de topo, envolveram-se nas mortes violentas das companheiras. Quase onze anos após o atleta paralímpico ter matado a tiro a namorada, o corredor do WordTour atropelou fatalmente a mulher

O que é que Oscar Pistorius e Rohan Dennis têm em comum? Serem atletas de topo, campeões nas respetivas modalidades, quando se envolveram nas mortes violentas das companheiras.

Oscar Pistorious, antigo atleta paralímpico sul-africano amputado das duas pernas, foi o primeiro a competir em Jogos Olímpicos, recorrendo-se de próteses em forma de lâmina, produzidas em fibra de carbono, que lhe valeram o epíteto de Blade Runner. 

O corredor australiano Rohan Dennis é bicampeão mundial de contrarrelógio de 2018-19, vencedor de seis etapas nas Voltas a França (2), Itália (2) e Espanha (2) e medalhado de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 na sua especialidade, o contrarrelógio, além de outras conquistas de prestígio no ciclismo, de que se retirou ontem. 

No último dia de 16 anos de carreira, a 31 de dezembro de 2023 (data de termo do contrato com a Jumbo-Visma), Dennis foi detido sob acusação de ter causado a morte por atropelamento de Melissa Hoskins, com quem estava casado há cinco anos e tem dois filhos. O ex-ciclista da INEOS e Jumbo-Visma, de 33 anos, é suspeito de «homicídio por condução imprudente e colocar em risco a vida humana» e vai aguardar julgamento em liberdade, após pagamento de caução, cujo início está aprazado para 13 de março próximo.

Segundo informações de fontes ligadas às autoridades e de alegadas testemunhas, Rohan Dennis terá decidido abandonar, de automóvel, a residência em que morava com Melissa Hoskins, que terá tentado impedir o companheiro de se ausentar, agarrando-se ao veículo. A antiga ciclista de pista, de 32 anos, terá caído e sido atropelada - ou segundo outros relatos, arrastada - pela viatura conduzida por Dennis, o que lhe provocou ferimentos graves de que veio a sucumbir já no hospital.

O caso de Dennis está sob investigação das autoridades judiciais australianas e antevê-se tão mediático quanto o de Pistorius, há quase onze anos. Em 14 de fevereiro 2013, o atleta paralímpico, então com 26 anos, atingiu mortalmente a namorada Reeva Steenkamp (29), com quatro tiros através da porta da casa de banho da residência, alegando ter presumido tratar-se de um invasor. 

Cerca de três anos depois dos acontecimentos e de um conturbado e novelesco processo judicial, Pistorius foi condenado por homicídio a 13 anos e cinco meses de prisão, mas sairá em liberdade condicional no decurso do presente mês de janeiro, após reapreciação da pena por um tribunal de Pretória em finais de novembro transato.