Vítor Gomes com a mulher e as duas filhas (FOTO: RIO AVE)

Vítor Gomes despede-se: «Espero que se recordem de mim como um líder e uma boa pessoa»

Capitão do Rio Ave em depoimento sentido na hora do adeus à carreira de futebolista

Foi numa versão mais intimista que Vítor Gomes se despediu numa entrevista concedida aos canais de informação do Rio Ave.

Com sentimento de dever cumprido, mas muita dor na hora do adeus, o capitão dos vilacondenses passa em revista o passado e o momento da despedida, diante do Gil Vicente, em Paços de Ferreira. «Eu queria muito terminar a jogar no meu clube, outra das razões era de terminar a jogar sem ter nenhuma lesão, fazia tudo sentido que isso acontecesse e felizmente as coisas aconteceram assim, terminei a jogar, a sentir-me bem, de consciência tranquila, dando tudo, quer fosse dentro ou fora do campo. Este momento chega para todos, chegou para mim, estou em paz, como costumo dizer», disse, acrescentando: «Um dos fatores que mais me custa é saber que não vou poder estar mais ali dentro, por puxar pelos meus colegas, tentar incutir mais alguma coisa que seja necessário, e isso corrói-me por dentro, mas tudo tem um fim e o meu chegou. Terá de ser de outra forma...» 

A família, sobretudo a mulher e as duas filhas, teve um papel importante neste momento delicado de pendurar as botas. «A minha mulher dá-me uma estabilidade que eu preciso, que precisei para desempenhar o meu papel aqui dentro. É uma pessoa que gosta de cuidar de toda a gente e não é fácil encontrar uma pessoa assim e isso dá-me muita tranquilidade. Muita gente diz que isto é um trabalho, nunca considerei isto um trabalho porque é a coisa que mais amo fazer. Espero que as pessoas se recordem de mim como um elemento agregador, essencialmente boa pessoa, profissional, rigoroso, amigo, que não deixa ninguém para trás, um líder, uma boa pessoa. É isso que esperava que as pessoas se lembrassem. Foi importante ver a minha família, as pessoas que realmente me quiseram ver jogar uma última vez. E isso enche-me de orgulho. Idealizei terminar a minha carreira no estádio do Rio Ave, onde tudo começou, não foi possível, foi na mesma muito bonito. Tudo naquele dia ia ser a última vez. Ia ser o último pequeno-almoço, almoço, lanche, a última viagem como jogador. O último aquecimento, a última entrada em campo, entrar com as minhas filhas, foi quase tudo a última coisa. Isso torna o dia especial, marcante, não podia deixar de frisar isso», salienta.  

A terminar, o momento mais sensível da entrevista, em que fala do pai, recentemente falecido. «Sentimos sempre um amor muito grande do meu pai (recentemente falecido). Sentimos que ele não estava ali fisicamente, mas estava espiritualmente e certamente estava orgulhoso daquilo que eu consegui alcançar na minha carreira. Eu era um orgulho para ele e vou continuar a ser», garante. 

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