Roupeiro processa Arsenal após despedimento por comentários anti-Israel
Em entrevista ao jornal The Guardian, Mark Bonnick, antigo roupeiro do Arsenal, anunciou que está a processar o clube londrino após ter sido despedido por comentários antissionistas, devido ao conflito na faixa de Gaza entre israelitas e palestinianos.
O Arsenal suspendeu Bonnick em dezembro de 2024, o que levou ao posterior despedimento, devido a comentários feitos pelo inglês na rede social X. «Sim, isto é sobre supremacia judia e não querer partilhar a terra. Limpeza étnica» ou «Porque é que eles deviam ser mais protegidos que as outras comunidades? Há quem veja isto como um problema de as comunidades judaicas pensarem que devem ser colocadas à frente das outras» são alguns dos comentários que, entretanto, foram apagados.
«Quero que reconheçam que o que me fizeram está errado e que não me deviam ter despedido. Acredito em defender o que está certo, especialmente em casos de injustiça, e tenho opiniões fortes sobre aquilo que Israel está a fazer a Gaza. Tweetei sobre vários assuntos, incluindo futebol, Brexit, racismo, crimes com armas brancas e política. Só se tornou um problema quando falei de Israel, o que levou a que várias pessoas contactassem o clube», diz Bonnick, que trabalhava há cerca de 20 anos no Arsenal até ser despedido a 24 de dezembro do ano passado. A 14 de fevereiro, o recurso deu parecer negativo a uma correção da primeira decisão.
Franck Magennis, advogado de Mark Bonnick, defendeu o direito à liberdade de expressão e à oposição pública ao sionismo, corrente que acredita na necessidade da existência do estado judeu de Israel. «Ele tem o direito de falar, de acordo com as crenças profundamente antissionistas que defende, contra a violência racista e o colonialismo de Israel que justifica isso mesmo. O Arsenal dispensou-o de forma injusta e discriminatória. Deviam admitir o erro e dar-lhe o emprego de volta», defendeu.
A justificação do Arsenal para Mark Bonnick ter sido despedido tem a ver com «danos reputacionais». «Mesmo reconhecendo que os comentários foram feitos pela tua conta pessoal, o perfil era público, tinha o teu nome e era claramente possível identificar-te como empregado do clube. Entrar em debates online sobre assuntos tão controversos e fazer comentários que foram vistos como altamente ofensivos e inflamatórios mostrou total falta de julgamento e desinteresse pelas políticas e valores do clube. Também sinto que a tua conduta e pobre capacidade de julgamento danificaram permanentemente a relação de confiança entre o clube, tu, os restantes empregados e a comunidade de adeptos. É por isso que chegámos a esta decisão.» Foi esta a mensagem que Mark Bonnick, que agora processa o Arsenal por despedimento injusto, diz ter recebido por um representante dos gunners.
Sugestão de vídeo: