Ricardo Horta ultrapassou o malogrado José Maria Azevedo e tornou-se no jogador do SC Braga com mais partidas realizadas pelo clube minhoto
Capitão dos guerreiros do Minho não esconde o orgulho pelo feito que alcançou. (Foto: Hugo Delgado/LUSA)

Ricardo Horta na elite do SC Braga: «Sinto que deixo aqui alguma história»

Extremo irradia felicidade por atingir o mais alto patamar arsenalista. A bola que foi sempre o seu «brinquedo». Lembra Seleção e Mundial

Glorificado para a eternidade. Ricardo Horta é o maior entre os maiores. O histórico capitão do SC Braga chegou ao mais alto patamar do clube: 410 vezes guerreiro.

O camisola 21 ultrapassou o malogrado José Maria Azevedo e ousou assinalar a marca com um laço no presente: apontou o golo que deu a vitória aos bracarenses no dérbi de ontem em casa do Moreirense (2-1). No último minuto. Digno de um belo romance.

No dia seguinte a tão histórico feito, o SC Braga fez questão de homenagear Ricardo Horta: colocou o capitão sentado num trono digno de um verdadeiro rei, no centro do relvado da Pedreira, e com uma camisola onde nas costas estava (obviamente) inscrito o número 410. Depois disso, o internacional português foi desafiado a abrir o coração.

«É motivo de orgulho. 410 jogos são realmente muitos jogos. Foram muitas emoções, muitas alegrias, algumas tristezas, também. Mas é um sentimento de orgulho por esta marca que alcancei. Superar um jogador tão histórico como era o José Maria Azevedo é um motivo de muito orgulho e estou muito feliz por atingir esta marca», começou por dizer, em declarações reproduzidas pelos meios oficiais dos arsenalistas.

Ricardo Horta foi desafiado a recordar os seus primórdios no emblema minhoto e ainda que tenha reforçado o orgulho que sente pela marca que acabou de atingir, não esconde que no início nem ousava pensar no que hoje está a viver: «O SC Braga é um clube centenário, já passaram aqui milhares de jogadores e atingir estas marcas claro que me deixa muito feliz. Sinceramente, não pensava muito nisso. Desde o primeiro dia em que cá cheguei, ainda miúdo, que o meu objetivo era jogar, porque não estava a jogar no meu antigo clube. Sinto que desempenhei um bom papel, que deixo aqui alguma história.»

E como foram os primeiros pontapés na bola? «Jogar futebol sempre foi a minha paixão desde criança. Os meus pais diziam que tanto eu como o meu irmão só estávamos quietos se tivéssemos uma bola. Esse sempre foi o meu brinquedo, ter uma bola nos pés. Onde eu me sinto feliz é num campo a jogar futebol, é o dia a dia de estar numa equipa como o SC Braga, de treinar e estar no convívio com os colegas», concluiu.

Seleção e a presença no Mundial

Internacional sub-19, sub-20, sub-21 e Olímpico, Ricardo Horta pode também gabar-se de contabilizar 12 jogos pela Seleção Nacional A (quatro golos e uma assistência). E um desses tentos apontados foi em plena fase final do Campeonato do Mundo de 2022, no Catar, num jogo de má memória para Portugal, que foi derrotado pela República da Coreia (1-2), a 2 de dezembro de 2022.

O capitão do SC Braga ainda continuou a representar a equipa das Quinas até à fase de apuramento para o Euro 2024, sendo que no último jogo que realizou… também faturou: no triunfo frente à Islândia (2-0), a 19 de novembro de 2023, em Alvalade – Bruno Fernandes tinha aberto o ativo.

«O SC Braga é um clube que dá todas as condições para evoluirmos. No caso da Seleção, já tinha ido uma vez, mas não era opção quase sempre e aqui consegui estar um ano e tal sempre a ir à Seleção. E disputar um Mundial foi muito gratificante para mim», recorda o extremo, que pode continuar a sonhar com um regresso aos eleitos da Seleção Nacional, agora orientada por Roberto Martínez.

Ricardo Horta soma 12 internacionalizações por Portugal e esteve no Mundial 2022. (Foto: Miguel Nunes)