Gil Vicente-Sporting, 0-1 Quando faltar inspiração e atitude que não falte Trincão! (os destaques do Sporting)
Esquerdino foi quem mais se evidenciou num jogo que teve poucos momentos de agitação. Tudo demasiado lento e previsível. À exeção da classe de Francisco Trincão, a destreza de Maxi Araújo e um 'velho' Gyokeres que está prestes a regressar. E o remate decisivo de Debast, claro está...
Melhor em campo: Francisco Trincão (7)
Gentil. Acrescentou mais umas palavras ao lema de Rui Borges, o famoso ‘quando faltar inspiração que não falte atitude’. Num jogo em que, durante vários momentos faltaram ambas, eis que surgiu a classe e inteligência deste esquerdino, que tratou a bola como mais ninguém em Barcelos. Com gentileza, leveza até, na forma como foi astuto a encontrar espaços para aparecer e fazer a diferença, talentoso na condução (aquele lance aos 39’)... na visão de jogo (assistência brilhante para Gyokeres aos 76’) e objetividade (merecia melhor sorte naquele remate em arco aos 83’).
Rui Silva (6)
Intransponível. No intenso duelo que foi travando com Aguirre (2’, 33’ e 48’), mostrando agilidade, eficácia e instinto. Está cada vez mais seguro, identificado com as rotinas da equipa, transmitindo solidez na baliza em momentos-chave da partida.
Esgaio (4)
Assustado. Com razão, pois foi salvo pelo... VAR. Completamente perdido num duelo com Félix Correia (88’) - num lance que terminou com o golo de Rúben Fernandes - mas que, posteriormente, haveria de ser anulado por fora de jogo do defesa. Procurou não se expor muito, como central pela direita, mas sentiu problemas, consentindo demasiados espaços para as entradas dos atacantes minhotos.
Gonçalo Inácio (5)
Tranquilo. Num jogo de intensidade baixa, pouca aceleração, o (único) central dos leões esteve como peixe na água em Barcelos. Seguro, eficaz em termos posicionais, cresceu na etapa final.
Matheus Reis (5)
Disponível. Competente nas duras batalhas que travou com Fujimoto (ganhou vantagem nesse duelo em particular) sempre que teve uma nesga conseguiu duas ou três arrancadas a mostrar excelente entendimento com Maxi e Quenda.
Fresneda (5)
Preso. Poucos movimentos ofensivos, sem rotinas como ala direito do renovado 3x4x3 de Rui Borges, foi cumprindo a espaços. Com critério defensivo, mas pouca dinâmica e exuberância ofensiva.
Alexandre Brito (4)
Inibido. Pouca agressividade nos duelos no meio-campo onde foram aparecendo muitos gilistas. Fujimoto e Félix Correia, muitas vezes a procurar espaços interiores, criaram-lhe problemas. Eficaz na recuperação, acanhado na condução, acabou por sair já com um cartão amarelo.
Debast (6)
Potente. O remate que acabaria por decidir o jogo e a eliminatória. Começa a ser imagem de marca (quem não se recorda daquela bomba diante do Lille?) o remate de longa distância. É certo que até foi bafejado com uma pontinha de sorte (pois a bola ainda desviou em Castillo) mas a intenção estava lá. Sem os restantes operários no setor assumiu-se como patrão do meio-campo. E não ficou mal visto...
Maxi Araújo (7)
Persistente. Sobretudo em termos ofensivos. Sempre com uma rotação acima da equipa, velocidade de execução, dando metros à equipa no último terço do terreno. Foi ele que ‘apareceu’ e provocou a expulsão de Zé Carlos, um caso raro de frescura física da equipa leonina. Defensivamente foi solidário, corajoso e muito inteligente na leitura de jogo.
Harder (4)
Vulnerável. A um segundo cartão amarelo ainda na primeira parte que colocaria o leão em maus lençóis. E por isso Rui Borges não arriscou. O dinamarquês ficou no balneário ao intervalo após 45 minutos nos quais mostrou instabilidade. Muita vontade em dar profundidade à equipa (remate cruzado com perigo aos 7’) mas pouco rendimento em equipa que não... produzia.
Quenda (4)
Apagado. Sempre escondido, receoso com a bola nos pés, muito longe daquilo que já mostrou esta época. Parece evidente o desgaste (esteve em todos os jogos esta época!), pois consegue aparecer muitas vezes com espaço para esticar e acelerar o jogo, mas a decisão parece sempre ser de... contenção. É certo que esteve bem mais influente e cresceu com a equipa na segunda parte, mas com ele a fasquia já está mais elevada...
SUPLENTES
Gyokeres (7)
Ameaçador. Com ele em campo tudo muda, tudo se transforma. O Sporting ganhou nova alma e surgiu na segunda parte com outra determinação. Catapultou a equipa para um nível mais elevado fruto da sua explosão e capacidade de romper linhas. Assistiu para o golo de Debast, esteve perto de marcar em três ocasiões (72’, 74’ e 76’). Não marcou mas deu sinais que o ‘velho’ Gyokeres está a regressar.
Geny Catamo (5)
Regressado. De uma lesão que o afastou da equipa durante quase um mês. Poucos minutos, é certo, mas os suficientes para agitar o corredor direito.
Kauã Oliveira (-)
Estreante. Mais um... Com boas sensações no centro do terreno. Destacou-se pelo poderio físico e arrojo ofensivo.
Afonso Moreira (-)
Escasso. Os minutos a que teve direito... Não deu para muito.