Debast, sob olhar atento de Rui Silva, foi o elo mais forte da defesa (Foto: Carlos Vidigal Jr./Kapta+)

Os melhores e os piores do Sporting: mais belo ornamento no rendilhado do leão esteve nos pés de Debast

Belga foi esteio na defesa (voltou a jogar a central) e não só. Rui Silva em excelente plano, conferindo grande segurança à equipa. Trincão foi o 10 e Pedro Gonçalves esteve apagado

Rui Silva

Que segurança o guardião dá à equipa, principalmente neste jogo em que a defesa andou a desdobrar-se entre três centrais linha de quatro. Fez punhado de defesas dignas de registo: aos 5'evitou que Mayenda recebesse passe em profundidade ao antecipar o lance; aos 20’ agarrou bola saída dos pés de Talbi num cruzamento venenoso e aos 31’ respondeu bem a remate rasteiro do mesmo jogador. Na segunda parte teve menos trabalho, mas sempre eficaz nas intervenções.

Eduardo Quaresma
Granjeia de grande afeto por parte dos adeptos e foi muitas vezes aplaudido após lances menos conseguidos, como sinal de compreensão, mas apenas por se tratar de um jogo de preparação porque em encontros oficiais não lhe serão concedidas tantas benesses... Jogou muito fixo na defesa (numa linha de quatro), não passando do meio-campo. Na etapa complementar teve uma ou outra subida, mas sem efeitos práticos.

Gonçalo Inácio
Em relação ao onze com o Celtic (único jogo de pré-época que decorreu à porta aberta) foi novidade na equipa titular, jogando no eixo da defesa ao lado de Debast. Eliezer Mayenda deu-lhe água pela barba, com o camisola 25 a passar por alguns apertos. Alguma passividade na abordagem a um par de lances que não pode ser justificada com o facto de estar na pré-época. Pede-lhe mais e melhor capacidade de reação a defender o seu metro quadrado.

Debast

Voltou à casa de partida, ou seja, recuou do meio-campo (aposta de Rui Borges na época passada) para o eixo da defesa. Excelente visão ao lançar a bola longa para Harder brilhar na construção do lance que resultou em golo. Demonstrando grande resistência apesar do cansaço e foi um autêntico salva-vidas: timing perfeito nos cortes. Ainda teve forças para bater cantos e livres (de diversas maneiras), mantendo, assim, o estatuto de homem das bolas paradas.

Matheus Reis
O brasileiro desdobrou-se na ala esquerda. Tomou conta do corredor tanto a defender como a atacar, com capacidade física/resistência bastante apreciável, tendo em linha de conta que nesta fase as cargas físicas a que os jogadores têm sido sujeitos são elevadas. Não deixou créditos por mãos alheias, tendo cumprido a sua missão com distinção.

Hjulmand
A voz de comando da equipa, referência no miolo. Teve muitos duelos físicos, algumas vezes no chão, sem nunca desistir de ter a bola na sua posse. Com Quenda na direita tentou tirar partido da velocidade do jovem extremo, mas nem sempre o entendimento foi conseguido da melhor forma. Boa leitura de jogo tem, mas é preciso ganhar mais rotinas no sistema de jogo que Rui Borges quer implementar.

Morita
Foi visível que não está a cem por cento fisicamente. Aliás, falhou o jogo com o Celtic e só há três dias foi reintegrado nos trabalhos sem limitações. Na segunda parte precisou que Pedro Gonçalves recuasse um pouco para dar uma ajuda a segurar o miolo, saiu aos 74 minutos porque as pernas não davam para mais.

Quenda
No um contra um é rei. Drible, velocidade e irreverência são características cada vez mais vai apurando. Correu muito e o cansaço levou-o a alguns erros que não lhe são habituais. Ainda assim, travado muitas vezes em falta, ainda levou perigo à baliza dos ingleses num livre aos 43', que Morita não conseguiu desviar ao segundo poste, um passe precioso que Harder desperdiçou e um remate que obrigou Blondy Noukeu a defesa bastante apertada.

Trincão

Surgiu na posição 10, depois de Pedro Gonçalves ter desempenhado essa função no encontro com o Celtic (derrota por 0-2). É um jogador diferenciado, embora não tivesse grandes ocasiões de brilho. Assinou o único golo da partida após a bola ter-lhe sido oferecida de bandeja por Harder. Aos 64', esteve perto de bisar, na sequência de um canto, com o remate em arco a não passa muito longe da baliza e, aos 88', num livre direto levou a bola acima do travessão.

Pedro Gonçalves
Rápido a libertar-se de marcação, mas com pouca condução de bola. Esteve desinspirado numa noite em que as soluções passavam mais por laivos individuais do que coletivos. Nos descontos viu um amarelo após falta feia em claro estado de desgaste.

Pedro Gonçalves num lance com Dan Neil (Carlos Vidigal Jr./Kapta+)

Harder

Cabeça no ar e olhos postos na baliza foi a imagem de marca do dinamarquês neste jogo. Foi assim que desfeiteou o guardião, que, diga-se, saiu atrasado dos postes, e o camisola 19 cruzou para trás, onde Trincão só teve de encostar para fazer o primeiro. Um poço de força deu muito trabalho aos defesas, precisa de ganhar calo e mais alguma matreirice, mas, diga-se, a cada minutos que joga está a ganhar competitivo, confiança e entrosamento.

SUPLENTES

Rayan Lucas
Oriundo do Flamengo é apontado à equipa B, mas esteve integrado no estágio de pré-época da equipa principal e está a aproveitar para se mostrar. Aportou consistência e a capacidade física através da presença no miolo notou-se bem, com ombros bem levantados a ganhar duelos.

Diogo Travassos
Um lateral-direito que tem a polivalência de também jogar na esquerda, e quer vingar após uma época em que brilhou no E. Amadora.

David Moreira
Lançado já depois dos 90 minutos, nem deu para suar a camisola.