A tremenda importância dos jogos europeus em agosto
SC Braga e Santa Clara entram esta quinta-feira em campo para carimbar a presença nos play-offs de UEFA Europa League e UEFA Conference League, respetivamente, num caminho até agora bem sucedido e que abre boas perspetivas para Portugal.
Não é só a vantagem que trazem da primeira mão da terceira pré-eliminatória de cada uma das provas — os minhotos venceram na Roménia o Cluj, por 2-1, os açorianos triunfaram na Irlanda do Norte sobre o Larne, por 3-0. Além dos resultados, ficou evidente a superioridade dos clubes portugueses. E os sorteios também deram uma ajuda, alinhavando adversários acessíveis para os play-offs.
O SC Braga, se passar, vai defrontar o Noah, da Arménia, ou o Lincoln Red Imps, de Gibraltar. Já o Santa Clara encontrará o cabeça de série no sorteio mais acessível: Shamrock Rovers, da Irlanda, ou Ballkani, do Kosovo. Crystal Palace, Panathinaikos, Rapid Viena e Partizan eram os outros possíveis adversários…
O cenário deixa ótimas perspetivas de Portugal ter, pela segunda época consecutiva, todas as suas cinco equipas em ação nas fases de liga das competições europeias — o Benfica, se for eliminado pelo Fenerbahçe no play-off da UEFA Champions League, avança para a Liga Europa; o SC Braga, caso caia no play-off da segunda competição europeia, entra na Liga Conferência; só o Santa Clara não garantirá futebol europeu a partir de setembro mesmo que se apure hoje.
A importância para o ranking da UEFA, e consequentemente para as vagas de Portugal nas provas europeias no futuro, é tremenda. A continuidade dos cinco clubes lusos daria vantagem preciosa para segurar o 7.º lugar face à ameaça da Bélgica, que já perdeu um representante (o Charleroi) e corre risco de perder outro (o Anderlecht). A 2,216 pontos de Portugal no ranking, uma boa campanha dos belgas, e uma má dos lusos, poderia determinar uma troca de posições que implicaria a perda de lugar direto na Liga Europa para o vencedor da Taça de Portugal.
Mas mais que segurar no imediato o 7.º lugar, a ambição de Portugal, assumida até por Liga e Federação, é recuperar o 6.º, nas mãos dos Países Baixos, que vale três vagas na Champions (duas diretas na fase de liga e uma na terceira pré-eliminatória). É quase impossível que isso aconteça este ano — com mais 5,784 pontos, a vantagem dos neerlandeses é bem confortável —, mas em 2026 os Países Baixos vão perder o ano excecional de 2021/2022, e sem ele já estarão atrás de Portugal.
Pode parecer uma ilusão, mas SC Braga e Santa Clara, hoje, depois do Benfica na terça-feira, podem começar a torná-la real.