Oficial: Soares de Oliveira deixa Benfica e recebe €1,5 milhões líquidos

Ponto final em ligação de quase 20 anos; valor que as águias pagam está relacionado com a cláusula anticoncorrência válida três anos em Portugal e no resto da Europa

Domingos Soares de Oliveira terminou, hoje, a ligação de quase 20 anos ao Benfica. Os encarnados informaram, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que o gestor deixa de exercer funções e recebe €1,5 milhões de indemnização. A BOLA sabe que esse valor líquido não está relacionado com o dinheiro que estava vincendo no contrato agora rescindido, mas sim com uma cláusula anticoncorrência - válida por três anos para Portugal, a pensar sobretudo em Sporting e FC Porto, e para resto da Europa - presente no acordo.

O Benfica formalizou, esta tarde, a rescisão, por mútuo acordo, do contrato com Domingos Soares de Oliveira. Trata-se do capítulo final de uma ligação iniciada em março de 2004, quando entrou na Luz, pela mão do então presidente Luís Filipe Vieira, como administrador financeiro. Em março, Domingos Soares de Oliveira e Rui Costa, com quem partilhava, na SAD, a responsabilidade executiva e operacional da gestão do clube desde as eleições de outubro de 2021, tinham acordado pôr fim à ligação profissional. O gestor, ontem, ainda apresentou o relatório e contas do exercício da época 2022/2023, com resultado líquido positivo de €4,2 milhões, aprovado em Assembleia Geral de acionistas, no Museu Cosme Damião, com 100 por cento dos votos emitidos.

Os encarnados anunciaram ainda que na sequência da renúncia de Domingos Soares de Oliveira, «o Conselho de Administração cooptou Jaime Antunes como novo membro do Conselho de Administração».

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Os detalhes do acordo de rescisão

A SAD do Benfica paga, então, €1,5 milhões líquidos (cerca de €3 milhões, incluindo impostos) a Domingos Soares de Oliveira. O valor em causa está ligado à cláusula anticoncorrência que consta do acordo, que, como se disse, não o impede de trabalhar em qualquer clube europeu, mas exigirá, se o fizer, que indemnize o Benfica no dobro que recebeu. Ainda do acordo, sabe A BOLA, fazem parte as seguintes cláusulas: indemnização de €1 milhão em caso de algum parceiro comercial ser ‘desviado’; e €100 mil euros por cada funcionário do Benfica que Domingos Soares Oliveira contratar. 

O acordo com Domingos Soares de Oliveira passou por todos os fóruns de aprovação, nomeadamente Conselho Fiscal e Comissão de Remunerações da SAD.

Os encarnados entendem tratar-se de um mecanismo de proteção que permite salvaguardar informação sensível do ponto de vista estratégico e desportivo. 

O cargo de CEO passa a ser ocupado, exclusivamente, por Rui Costa, enquanto o vice-presidente Luís Mendes se mantém como administrador, mas com a responsabilidade acrescida, agora, de liderar as pastas executiva, operacional e financeira que estavam sob o comando de Domingos Soares de Oliveira. 

Nova composição do Conselho de Administração e da Comissão Executiva:

Conselho de Administração 
Rui Manuel César Costa (Presidente) 
Luís Paulo da Silva Mendes 
Manuel Ricardo Gorjão Henriques de Brito
Maria do Rosário Amado Pinto Correia
Maria Rita Santos de Sampaio Nunes
Lourenço de Andrade Pereira Coelho 
António Albino Pires de Andrade 
Jaime Rodrigues Antunes

Comissão Executiva 
Rui Manuel César Costa (Presidente) 
Luís Paulo da Silva Mendes 
Lourenço de Andrade Pereira Coelho