Estrutura de Bernardo Morais Palmeiro e Flávio Costa focada no objetivo do bicampeonato mas também já lançou as bases para a primeira temporada da era pós-Amorim. O que falta de 2024/2025 e a estratégia para o futuro. Saiba o valor que os leões podem amealhar no verão
Um novo Sporting começou a ser desenhado esta época, um novo Sporting ganhará forma na temporada 2025/2026. Sem Ruben Amorim e sem Hugo Viana; como Rui Borges e Bernardo Morais Palmeiro e Flávio Costa a reportarem diretamente a Frederico Varandas. Diretor-geral e diretor de scouting entraram oficialmente em funções no dia 4 de fevereiro, com a carruagem em marcha e com um objetivo bem definido: o bicampeonato. Mas as tarefas desta nova estrutura vão para lá deste foco atual, vão já ao planeamento e estratégia da nova temporada, que já está em marcha. A BOLA conta-lhe como é o plano deste novo Sporting.
Foco na conquista de um bicampeonato inédito em 70 anos no Sporting. A mensagem é clara, os jogadores assim estão concentrados e a estrutura leonina empenhada em dar todas as condições à equipa técnica de Rui Borges para esse desígnio. Mas ao mesmo tempo que dá estabilidade aos atores de campo, a administração prepara a nova época, desafiante, nos bastidores. Desde logo com dossiês herdados de Hugo Viana…
O mercado
O agora diretor desportivo do Manchester City foi ainda o responsável pelas contratações de inverno, de Rui Silva e Biel, o guarda-redes contratado ao Betis por 4,75 milhões de euros fixos, mais €1 M em objetivos, e o extremo ao Bahia por €6 milhões mais €2 M em variáveis. Saiu no primeiro dia após o fecho da janela de janeiro do mercado mas deixou em marcha algumas pastas, como o lateral-direito do Panathinaikos, Georgios Vagiannidis, e do médio do Levante Giorgi Kochorashvili. Grego e georgiano podem reforçar os verdes e brancos, assim a nova estrutura entenda avançar definitivamente para esses reforços que Viana preparou terreno.
Leões comunicam que Hugo Viana solicitou a antecipação da sua saída do clube, inicialmente prevista para o final da presente época desportiva. Novo diretor-geral do futebol, Bernardo Palmeiro, e diretor técnico e de ‘scouting’, Flávio Costa, iniciam funções esta terça-feira
Depois mais mercado, a nova abordagem no verão e com o desejo de que seja para defender o título nacional. Viktor Gyokeres é o homem do momento e vai ser o homem do mercado. Como A BOLA revelou logo em dezembro e reforçou há um dia, há pacto entre SAD e jogador para uma saída abaixo dos 100 milhões de euros da cláusula de rescisão, por valor na ordem dos 70 milhões, que pode ser inflacionando assim haja concorrência... Mas mesmo por baixo, pelos 70 milhões, será um encaixe a ter cedo na janela do mercado e que permitirá não apenas encarar as contratações de outra forma como deixar as contas do clube num nível de equilíbrio que esta administração não conheceu ainda, apesar da estabilidade que se vive no momento.
As preferências do goleador, que quer clube de topo. Ganhou o direito a sonhar alto: Liverpool, Arsenal e City são os preferidos na Premier League; Real, Barça, PSG e Bayern são os desejos fora de Inglaterra
Há por isso perspetiva de recorde de vendas neste mercado. É esse um dos pilares desta administração, que já por três temporadas ultrapassou a barreira dos 100 milhões de euros em vendas (€115 M em 2019/2020; €124 M em 2023/2024), com o expoente em 2022/2023 — foi a mais proveitosa de todas: encaixe de 86 milhões de euros, muito por culpa das vendas de Matheus Nunes (€45 M), o encaixe de Nuno Mendes (€38 M de um total de €45 M), a venda do passe de Palhinha por €21 M e de Gonzalo Plata por € 9M; no total, as vendas ascenderam aos 139 milhões de euros, as compras aos 53 milhões de euros, as mais caras a de Jeremiah St. Juste e de Rúben Vinagre (ambas €10 milhões).
Entre sucessos e fracassos de mercado, o saldo do antigo diretor desportivo dos leões é muito positivo. E no campo desportivo foram dois campeonatos, três Taças da Liga, uma Supertaça e uma Taça de Portugal
Agora, somando à certeza da venda do passe de Viktor Gyokeres à inevitável saída de Geovany Quenda por cerca de 60 milhões de euros — está reservado pelo Manchester United de Ruben Amorim, como já demos conta — e também à previsível saída de um dos centrais, entre Diomande e Gonçalo Inácio, por valor não inferior a 40 milhões, temos já uma perspetiva de €170 milhões de euros a entrarem nos cofres do emblema de Alvalade.
Desejo dos 'red devils' ganha forma com a contratação assegurada do jovem extremo leonino para 2025/2026. Leões preparam-se para grande encaixe…
São muitos milhões a equilibrar ainda mais as contas e a permitirem um ataque cirúrgico aos reforços. Haverá saída de elementos importantíssimos, sabe a nova estrutura isso, terá de as colmatar. E o exemplo de investimentos na ordem dos 20 milhões, como as de Gyokeres ou de Hjulmand, serão tidos em conta na hora de agir, sempre dentro dos limites do clube, mas na segurança de serem jogadores para entrar na equipa e serem efetivamente... reforços.
Rui Borges de início
São estas as bases para a nova temporada, é este o plano para o que falta jogar esta época e sobretudo para o futuro. O novo Sporting está em marcha e a primeira época sem o selo de Amorim vem aí. É o início de uma nova era desportiva com o cunho de Rui Borges. Que a quer começar com o escudo de campeão no peito...