17 fevereiro 2025, 22:59
Bruno Pinheiro: «Nunca serei o problema do Gil Vicente»
Após a quarta derrota consecutiva, os adeptos contestaram o treinador e exibiram lenços brancos
No duelo entre equipas do Minho, os famalicenses foram mais eficazes e marcaram em momentos importantes. Gilistas perderam pela quarta vez seguida e igualaram pior série da época
Justin foi o ‘Haas’ e o Stejk o trunfo que o Famalicão precisava para vencer o Gil Vicente (2-0), em Barcelos e aproximar-se da metade superior da tabela classificativa. Os gilistas averbaram a quarta derrota seguida e igualaram a pior série da temporada.
Desde o apito inicial que as duas equipas mostraram intenção de jogar. Os processos e as ideias pareciam bem definidas, mas a qualidade de execução parecia aquém nos primeiros minutos.
Os gilistas arrepiaram caminho mais depressa que o adversário e criaram a primeira ocasião de golo. No entanto, Fujimoto não teve arte para desfeitear Carevic – boa exibição.
Sorriso liderou a resposta dos famalicenses, invictos há três jogos, com dois remates à entrada da área. Seguiu-se nova tentativa de Mathias De Amorim antes de Sejk falhar no um contra um com Andrew. Se o brasileiro brilhou, Carevic não quis ficar atrás e assinou a defesa da noite para travar um cabeceamento de Sandro Cruz na pequena área.
A intervenção do montenegrino agarrou o Famalicão ao resultado, no fundo. E por felicidade ou mérito, chama-lhe o que quiser, caro leitor, Justin de Haas marcou cinco minutos depois. O neerlandês aproveitou um belo cruzamento de Gustavo Sá para abrir o marcador.
O jogo virou.
O golo sofrido foi um rude golpe para o Gil Vicente que tinha criado o suficiente para não estar a perder ao intervalo. Após o intervalo, os gilistas entraram dispostos a inverter o rumo dos acontecimentos, mas a reação esbarrou na trave – Bermejo cruzou, mas a bola ganhou um efeito estranho e bateu no ferro da baliza contrária.
Com alguma dose de cinismo, o Famalicão chegou ao 2-0 numa boa jogada coletiva finalizada por Sejk após assistência primorosa de Aranda. Foi o golpe de misericórdia no oponente que, embora tenha tentado nunca se reencontrou.
É certo que Tidjany Touré, em duas ocasiões, Félix Correia e Rúben Fernandes tiveram hipóteses de reduzir a desvantagem no marcador e de, quiçá, relançar a discussão do resultado para os derradeiros minutos. Porém, ficou difícil de esconder a falta de confiança de uma equipa que não sabe o que é ganhar há quase um mês.
Por sua vez, o Famalicão nunca deixou de ter olhos para a baliza de Andrew e ensaiou algumas saídas rápidas. Numa dessas ocasiões, Topic desperdiçou a hipótese de fazer o 0-3.
Seria, diga-se, um castigo demasiado pesado para o Gil Vicente que segue perto da zona vermelha da classificação. Já os famalicenses acabam a jornada no 9.º lugar, mais perto dos lugares a que certamente ambicionavam no início de época.
Sem Mihaj, o neerlandês assumiu-se como ‘patrão’ da defesa do Famalicão. De Haas fez uma dupla seguríssima com o estreante Realpe, mostrou-se intransponível pelo ar, acumulou cortes importantes e não deu espaços a Carlos Eduardo. Mais importante foi, sem dúvida, o golo de cabeça que abriu caminho ao triunfo famalicense. Foi a imagem da solidez famalicense.
Os melhores desenhos ofensivos do Gil Vicente na partida saíram dos pés do nipónico. Com liberdade para deambular pelo ataque, Fujimoto desperdiçou a oportunidade para abrir o marcador, aos 11 minutos, e mostrou-se sempre ligado ao jogo. O japonês teve um ou outro pormenor de qualidade e foi, quiçá o único, a manter o discernimento até final.
17 fevereiro 2025, 22:59
Após a quarta derrota consecutiva, os adeptos contestaram o treinador e exibiram lenços brancos
Bruno Pinheiro (Gil Vicente): «Perdemos e perdemos bem. O adversário marcou e com isso ganhou tranquilidade. Ficou numa posição diferente da nossa. A sequência de maus resultados deixou a equipa intranquila, o que foi prejudicial. Há que saber levantar a cabeça.»
Hugo Oliveira (Famalicão): «Foi uma exibição segura e competente. Fomos sólidos e a partir de determinado momento colocámos o nosso jogo em prática e os golos surgiram naturalmente. Poderíamos ter acabado com o jogo mais cedo. Foi uma vitória justa e voltámos a não sofrer golos.»
As notas dos jogadores do Gil Vicente: Andrew (6), Zé Carlos (5), Rúben Fernandes (4), Josué Sá (4) e Sandro Cruz (5); Santi (5), Castillo (5) e Fujimoto (6); Bermejo (5), Carlos Eduardo (4), Félix Correia (5), João Marques (5) e Tidjany Touré (5).
As notas dos jogadores do Famalicão: Carevic (7) Rodrigo Pinheiro (6), Justin de Haas (7), Léo Realpe (6), Rafa Soares (5), Van de Looi (5) Mathias de Amorim (5), Gustavo Sá (6), Aranda (6), Sejk (6), Sorriso (5), Rochinha (5), Topic (5), Lobato (-), Gil Dias (-) e Elisor (-).