Treinador dos jesuítas recorda a goleada imposta pelas águias ao FC Porto para reforçar a tese de que o Tirsense defrontou um adversário de outro campeonato. O reconhecimento de uma primeira parte menos conseguida e o lamento pelos problemas físicos de alguns jogadores na etapa complementar. Mesmo com a «eliminatória resolvida», ida ao Estádio da Luz não vai ser em 'passeio'
O Tirsense foi goleado (0-5) pelo Benfica, num jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, realizado na noite desta quarta-feira, no Estádio Cidade de Barcelos, e Emanuel Simões, treinador dos jesuítas, não teve quaisquer problemas em assumir as enormes diferenças entre as duas equipas.
Desfecho sem surpresa na noite que marcou a história do Tirsense e mostrou muitas caras novas no Benfica. A final da Taça é uma certeza para os encarnados e pode haver dérbi...
No final da partida, e em declarações prestadas na zona de entrevistas rápidas da Sport TV, o técnico do emblema de Santo Tirso recordou que ainda no último fim de semana o Benfica tinha batido o FC Porto sem apelo nem agravo...
O que sente que não resultou? Foi ter sofrido um golo tão cedo?
- Acho que sim, foi um bocadinho isso. O primeiro lance de perigo é nosso, há ali uma atrapalhação e podíamos ter feito melhor. Se tivéssemos feito golo o desfecho podia ter sido muito parecido, mas pelo menos tornaríamos o jogo um pouco mais vivo. Depois disso, a nossa ideia inicial não estava a sair. Queríamos tapar os espaços interiores, sabíamos que o Benfica carrega com muita gente, e depois sairmos em ataque rápidos. Pode parecer estranho, porque sofremos três golos na segunda parte, mas acho que estivemos melhor nesse período. O que fez a diferença, nessa altura, foi a questão física, mas em termos de jogo jogado, estivemos muito melhor, demos uma boa imagem e dignificámos a nossa presença nesta primeira mão. Ainda temos outro jogo para tentarmos melhorar e limpar a imagem que deixámos na segunda parte.
Ao intervalo abdicou dos três centrais. Gostou dessa mudança?
- Sim, a equipa sentiu-se mais confortável. Mas a dimensão física fez toda a diferença e tive de substituir três jogadores que fisicamente estavam completamente esgotados. O que é absolutamente normal por termos pela frente uma equipa profissional, líder da Liga, contra uma equipa que ainda na semana passada estava a lutar para não descer aos campeonatos distritais. Acho que representámos bem o nosso campeonato.
Foi difícil preparar este jogo?
- Esperávamos ainda mais mudanças [do Benfica] e isso também mostra o respeito que o Benfica teve nesta eliminatória. O grande problema para nós foi mesmo o tempo de preparação, uma vez que só tivemos três dias para trabalhar. Isso é muito curto para um jogo contra uma equipa desta dimensão. O Benfica tem jogadores suficientes para poder fazer isso, nós não conseguimos. Basicamente, fizemos um treino de preparação, o que é muito curto para uma equipa deste escalão.
E na Luz, como será? Limpar a imagem e valorizar jogadores?
- Sim, sem dúvida. Se virmos que o Benfica há poucos dias ganhou 4-1 a uma das melhores equipas em Portugal, dizemos que o 0-5 não foi assim tão mau. Para nós foi, porque não queríamos ter sofrido tanto. Sabemos que a eliminatória está resolvida, o que temos de pensar é em levar ao extremo as nossas capacidades e capitalizar e potenciar a nossa imagem.
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