Duarte Gomes analisa arbitragem do Sporting-Farense
Gyokeres a celebrar após marcar ao farense. Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Duarte Gomes analisa arbitragem do Sporting-Farense

NACIONAL02.11.202323:35

Especialista A BOLA fala de «um trabalho com uma grande dúvida»

Gustavo Correia deslocou-se até ao Estádio de Alvalade para dirigir o Sporting-Farense.  O árbitro da AF Porto foi auxiliado à distância por Luís Ferreira. O bracarense esteve na Cidade do Futebol, em Oeiras, a desempenhar a função de vídeo árbitro. 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

12' Erro em campo bem corrigido por oportuna intervenção do VAR, em sala: Matheus Reis conseguiu ludibriar Gustavo Correia, levando-o a assinalar erradamente um pontapé de penálti. Na verdade, o lateral do Sporting levou o pé esquerdo à perna de Gonçalo Silva, forçando o contacto para obter o benefício maior. O expediente foi bem sancionado como simulação, levando à exibição do primeiro cartão amarelo da partida. 

24' Análise acertada do árbitro assistente ao validar o golo do Sporting: no momento da assistência de Francisco Trincão, Gyokeres estava em posição regular (Fran Delgado estava à esquerda do sueco, a colocar o avançado em jogo).

 27' Claudio Falcão carregou de forma ostensiva (e desnecessária) as costas de Trincão. A infração, sendo das tais de intensidade, foi tão evidente que não terá deixado dúvidas para ninguém. Pontapé de penálti bem assinalado. O defesa devia ter sido advertido porque, sem tentar jogar a bola, impediu ataque prometedor do adversário. 

28' Golo legal de Gyokeres, na execução do respetivo pontapé de penálti. 

33' Trincão derrubou Marco Matias cometendo a chamada falta tática. O objetivo do infrator foi apenas travar início de saída a jogar do adversário. A infração foi antidesportiva e, em bom rigor, devia ter valido o cartão amarelo. 

40' Belloumi fez a Daniel Bragança exatamente o mesmo que Trincão fez a Matias: derrubou o avançado em zona avançado do terreno, sem tentar jogar a bola e apenas para o impedir de iniciar ali saída atacante. A estratégia antidesportiva não foi punida como devia. Neste caso sublinhe-se a coerência de interpretação do árbitro portuense, que manteve o mesmo critério nas duas situações. 

49' Mattheus Oliveira marcou o primeiro da equipa algarvia na partida. Quando rematou à baliza do Sporting, Marco Matias estava em posição de fora de jogo mas não tomou parte ativa na jogada (ou seja, não tocou na bola nem interferiu ativamente com a ação/visão dos jogadores adversários). 

50' Nuno Santos sentiu contacto de Fran Delgado e caiu de forma aparatosa na área do Farense. O toque existiu, mas foi legal. Esteve bem o árbitro da partida ao nada assinalar. 

53' A maior interrogação do jogo: Marco Matias foi derrubado por Gonçalo Inácio, em infração não sancionada tecnicamente. O central do Sporting levantou a perna direita para a frente da trajetória de corrida do adversário, fazendo-o cair de forma irregular. A grande dúvida foi saber se o fez dentro ou fora da sua área. As imagens sugerem que o contacto faltoso aconteceu no mínimo sobre a linha, justificando assim a marcação do pontapé de penálti. Árbitro e VAR (com outros meios de análise, é certo) tiveram entendimento diferente. 

56' Terceiro golo do Sporting: a jogada foi iniciada e concluída por Nuno Santos, que partiu de posição legal. 

61' Fran Delgado desviou a bola contra os pés de Nuno Santos, com esta a sair diretamente pela linha de baliza. O jogador do Sporting terá pedido falta para penálti, mas sem razão: o corte do defesa espanhol não foi faltoso. 

79' Golo legal de Vítor Gonçalves, na sequência de jogada legal do ataque do SC Farense. 

Nota 5: trabalho com uma grande dúvida