Destaques do Benfica: só António Silva tem a fórmula Gyokeres
António Silva, EPA/MANUEL DE ALMEIDA

Destaques do Benfica: só António Silva tem a fórmula Gyokeres

NACIONAL01.03.202400:00

Sueco fez mossa, mas só quando não enfrentou o benfiquista, que venceu inúmeros duelos e deu lição de bem defender; central bem secundado por João Mário, Aursnes e Di María chegaram tarde ao jogo

O melhor do Benfica: António Silva (7)

Um belo corte no coração da área ao minuto 8 foi ensaio para o que seria a sua noite, cheia de trabalho, mas também de lições. Ontem, terá ensinado a companheiros de equipa, e não só, que há, afinal, uma fórmula para neutralizar Gyokeres. Aos 14’, por exemplo, venceu o sueco num lance de 1x1 na área benfiquista, não foi à queima. Mas António Silva fez muito mais, ao minuto 29 intercetou passe de morte de Edwards, aos 53’ fez nova interceção a remate de Gyokeres, aos 58’ impediu Pedro Gonçalves de visar a baliza de Trubin, aos 64’ condicionou tentativa de Edwards já na área benfiquista. Ao minuto 81, ainda arranjou tempo para subir à área do Sporting e atirar de cabeça, mas bola morreu nas mãos de Israel. Patrão da defesa, ontem, foi um miúdo de 20 anos.

Trubin (5) — Primeira defesa ao minuto 32’, bola fácil que nasceu na cabeça de Diomande, aos 35’ mais uma bola sem dificuldade, agora de Gyokeres. Jogo estranhamente fácil para o guarda-redes do Benfica... no intervalo dos golos sofridos.

Bah (3) — Não teve a clareza de raciocínio para verificar se estava alguém atrás de si e o resultado está à vista: golo de Pedro Gonçalves. Mas não foi o único culpado, pois também Di María não fez bem o seu trabalho. Inoperante do ponto de vista ofensivo, não regressou do intervalo.

Otamendi (3) — Não estava claramente confortável na partida e o amarelo por jogar a bola com a mão, ao minuto 31, foi sinal evidente e foi recurso para não ser ultrapassado por Gyokeres. Andava claramente irritado, a abordar lances à queima, e foi mesmo assim que se viu ultrapassado facilmente por Gyokeres no lance do 2-0, ao minuto 54. Em vez de esperar, como António Silva fez várias vezes, errou tempo de entrada à bola e deixou imediatamente o sueco fugir. Aos 68’, foi desarmado por Edwards em zona perigosa, mas teve sorte, não houve consequências.

Aursnes (6) — Não foi visto ofensivamente durante a primeira parte e começou a segunda com um passe errado ainda no seu meio campo. Acordou ao minuto 69, com o golo do Benfica, no coração da área do Sporting, surpreendendo toda a gente. Os tempos que passa com Haaland parecem fazer-lhe bem, foi mesmo à ponta de lança.

João Neves (5) — Teve sorte ao minuto 8, tocou com o pé esquerdo em Pedro Gonçalves, derrubando-o, mas não foi assinalado penálti. Só aos 52’ foi visto, verdadeiramente, em belo lance individual em frente à área do Sporting, evitando adversário atrás de adversário, mas sem consequências para a equipa, que perderia a bola logo a seguir. Foi subindo de produção à medida que o jogo se aproximava do fim.

João Mário (6) — Trabalho pouco espetacular, mas importante para uma equipa que tinha dificuldade em ligar o jogo. Sentiu os mimos dos sportinguistas e jogou duro, sem receio de ter bola e de ir ao choque. Foi visto duas vezes a desarmar Gyokeres, um luxo para qualquer jogador do Benfica. E também lhe pertenceu o primeiro remate à baliza: disparou de longe, bola desviou num adversário e morreu nas mãos de Israel, mas obrigava finalmente o guardião do Sporting a trabalhar. Uma raridade.

Di María (5) — No coração da área, foi ele o primeiro a deixar fugir Pedro Gonçalves no lance do 1-0, ainda tentou corrigir, mas já não chegou a tempo. Um pontapé de canto em cima do intervalo seria a melhor oportunidade do Benfica. Rendimento revisto na segunda parte, com o golo do Benfica a nascer de bola típica do seu pé esquerdo: arco perfeito, com destino à zona cinzenta entre o guarda-redes e a linha defensiva, um presente para Aursnes atirar para a baliza. Logo a seguir, combinação bonita com Kokçu e golo, mas invalidado por posição de fora de jogo de Tengstedt.

Kokçu (5) — Passou a primeira parte a ver a bola ao longe, na tal posição 10 de que tanto gosta. O segundo tempo trouxe outra utilidade e combinou positivamente com Di María no lance do 2-1, com passe simples a deixar o argentino em posição de cruzar, e logo a seguir com assistência para o 2-2, que seria anulado em virtude da tal posição irregular de Tengstedt, adiantado e à frente de Israel.

Neres (4) — Aos 35’, driblou Hjulmand com elegância e fugiu rapidamente pela esquerda, mas entregou a Matheus Reis. Pouca coisa saiu bem, pelo que saiu de campo (61’).

Rafa (4) — Presa fácil para Coates e companhia. Nem velocidade, nem drible, nem remate, perigo zero.

Morato (5) — Jogou a segunda parte, ainda passou um ou outro mau bocado, mas manteve o flanco de pé. Belo passe aos 63’, isolando Tengstedt na esquerda.

Tengstedt (3) — Entrou aos 61’, dois minutos depois apareceu isolado na esquerda, mas não tem a explosão de Gyokeres e foi desarmado. Depois, apareceu onde não deveria, ainda tentou sair de cena, mas já não foi a tempo e custou o 2-2 à equipa. Terá condicionado a visão de Franco Israel, entendeu Fábio Veríssimo.

Tiago Gouveia (-) — Entrou aos 88’, tarde para ser relevante.

Arthur Cabral (-) — Chegou tarde ao jogo e foi visto a cabecear bola para a bancada. Se fosse um alívio era positivo, mas foi um remate.