9 junho 2025, 19:52
Conheça melhor a cidade onde o Benfica trabalha nos EUA (fotos)
Tampa: dos melhores sítios para se viver
Tampa vive com emoção a presença das águias nos EUA mas os sentimentos são mais profundos
Onde o Benfica treina, na Flórida, não se nota a presença de adeptos portugueses, o que não é habitual nas deslocações dos encarnados ao estrangeiro. A comunidade de emigrantes na zona de Tampa está dispersa. Mas à reportagem de A BOLA bastou fazer cerca de 30 quilómetros para perceber e sentir que existe apoio.
9 junho 2025, 19:52
Tampa: dos melhores sítios para se viver
Em São Petersburgo, conhecida por Cidade do Sol, destino turístico na área da Baía de Tampa, vivem cerca de 2.000 portugueses e muitos deles juntam-se no P.A.S.A, Portuguese American Suncoast Association. O clube, sem fins lucrativos e vive sobretudo com doações, organiza convívios, promove a cozinha portuguesa e os costumes do País, concertos, mantém vivo o espírito. «Ajudamo-nos uns aos outros, somos muito próximos», garante-nos o presidente da coletividade. Rui Correia tem história de vida interessante. Natural das Furnas, São Miguel, Açores, tem 51 anos e veio para os EUA com 21. Fez e passou por muito, inclusivamente integrou o exército norte-americano e serviu no Afeganistão.
Adepto do Benfica «desde pequenino», também jogou futebol e recorda, sorridente, memória de quando era júnior no Vale Formoso. «Jogámos contra o Santa Clara na Taça dos Açores. Perdemos 7-1 e havia um senhor que marcou quatro golos de olhos fechados: o senhor Pauleta! [antigo internacionak português] Eu marquei o nosso, quase sem saber como. A bola bateu-me na cabeça e levei com o central em cima, um tipo grande, quase desmaiei. Quando me levantei, descobri que tinha marcado um golo ao Santa Clara», brinca. Agora Rui Correia vive o futebol de outra maneira, mas «ninguém se pode aproximar» dele quando está colado à televisão. Garante, no entanto, um ambiente saudável na comunidade lusa. «Benfiquistas, portistas, sportinguistas, aqui somos todos Portugal e juntamo-nos para ver os jogos, da Seleção Nacional também, claro. Damo-nos todos bem, somos muito unidos, ajudamo-nos.»
Havia um senhor que marcou quatro golos de olhos fechados.
Apesar das dúvidas que existem sobre a adesão dos norte-americanos ao Mundial de Clubes, Rui Correia diz que «há entusiasmo» entre os portugueses. «Eu e a minha esposa já garantimos bilhetes e vai estar muita gente em Orlando» — cidade ainda do Estado da Flórida, a cerca de hora e meio de automóvel de Tampa e onde o Benfica jogará o segundo jogo da fase de grupos da competição, dia 20, com o Auckland City. O primeiro será segunda-feira, em Miami, com o Boca Juniores e o terceiro em Charlotte, frente ao Bayern.
«Vão estar muitos portugueses, vocês vão ver. É um orgulho enorme para nós ter aqui o Benfica perto, na cidade», diz-nos Rui Correia, que arrisca não um prognóstico de resultado para o jogo com o Boca, mas o que seria desejo dele: «Ah... o Pavlidis vai marcar um golo, tem de ser. Depois outro do Di María, a despedida.»
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Confessa que ficou «muito triste, mesmo abalado» com o final de época da equipa encarnada, que perdeu campeonato e Taça de Portugal. Mas continua a ter a opinião de que o Benifica encontrou o treinador certo. «Foi o melhor que podia ter acontecido ao Benfica. Tivemos sorte, quando ele chegou as coisas estavam complicadas. Acho que não faz sentido estar sempre a mudar, corre quase sempre mal», diz, validando a decisão já anunciada por Rui Costa, o presidente das águias, de manter Bruno Lage treinador para a nova temporada.
O atual presidente do Benfica sempre foi um dos «ídolos» de Rui Correia. Como dirigente, gostava que ele fosse «às vezes mais duro», mas continua a tê-lo como um «dos maiores» de sempre. Outro nome que admira, bem mais recente, mas no qual encontra semelhanças com Rui Costa, quando o presidente jogava, é João Neves. «É uma pena ele ter saído [para o PSG]. Gosto muito dele. É um grande jogador e, depois, também é muito... fofinho», diz, encontrando uma forma curiosa de classificar o que o médio formado nas águias representa para os adeptos do Benfica.
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Rui perguntou-nos sobre Arthur Cabral, que trocou na semana passada o Benfica pelo Botafogo. «Era engraçado agora defrontar o Benfica no Mundial de Clubes», diz, sorrindo, sempre com calor que só os emigrantes conseguem passar quando recebem alguém, um misto de alegria, saudade, acolhimento, que sabe muito bem. A missão de Rui Correia é que no P.A.S.A. os portugueses possam sempre comemorar Portugal — o clube tem um auditório que recebe até 365 pessoas —, comer Portugal — duas cozinheiras, a Dona Lola, que nos dizem confecionar com paixão —, cantar Portugal, existe um plano para reativar o rancho folclórico.
O momento dos EUA, em particular os protestos contra as medidas anti-emigração da gestão Trump, e a forma como têm sido reprimidos contestatários, é tema que, naturalmente, não passa ao lado dos portugueses em Tampa.
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«Claro que estamos todos muito preocupados, é triste. Também na comunidade portuguesa, temos de admitir, há alguns ilegais, mas é triste vivermos com medo de sair às ruas. Todos queremos um sítio nosso, a que possam chamar casa... é complicado, espero que a situação se resolva bem. É mesmo muito triste sentir as pessoas assim, a precisar de ajuda... e todo este sentimento», deseja Rui Correia, que, sentimos, se emociona com facilidade. Entrou no ramo da construção quando foi chamado por um amigo, alentejano, para ajudar a reabilitar a zona depois dos furacões Katrina e Milton, que «destruíram tudo» por aqui. «Era um desconsolo andar pelas ruas, tudo partido, parecia um cenário de guerra. E ainda não está tudo bem. Não foram só os bens materiais que se perderam, foi o sentimento das pessoas», recorda, mais uma vez de olhos embargados.
A conversa foi boa. Do futebol à sociedade norte-americana, de forma genuína. E sempre o sorriso, sobretudo em resposta a uma das maiores paixões de Rui Correia: o Benfica.
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