As cores não enganam: o clube mais brasileiro do continente africano

Durante o Mundial de Clubes o jornal A BOLA conta-lhe, diariamente, uma curiosidade relacionada com um dos clubes participantes na primeira edição desta nova versão da prova. 

Cerca de 7 mil quilómetros separam o Rio de Janeiro a Pretória. Ainda assim, a cidade sul-africana está profundamente ligada ao coração do futebol brasileiro desde 1985.  

Fundado na década de 60 do século XXI, o Mamelodi Sundowns saltou para as luzes da ribalta quando foi comprado 20 anos depois pelo excêntrico Zola Mahobe, mais conhecido como Mr. Cool. O empresário catapultou um clube em dificuldades financeiras e pouco mediático para os principais palcos do futebol sul-africano.  

A contratação dos melhores talentos do país, sem restrições raciais, aliada a uma redefinição de identidade, contribuíram para uma subida de patamar do clube de Pretória. 

Desta forma, nem os equipamentos originais resistiram: os Sundowns passaram a vestir primordialmente camisolas amarelas, calções azuis, dorsais e acabamentos a verde. Se esta combinação lhe relembra algo, era esse o objetivo de Mahobe. 

A partir da mudança de estilo, os Sundowns passaram a ser apelidados de brasileiros, por remeterem para a seleção canarinha, à data campeã mundial por quatro ocasiões.  

Apesar do afastamento de Mr. Cool do comando dos destinos do clube no final da década de 1980, após detenção por fraude, o Mamelodi cresceu exponencialmente e tornou-se num crónico candidato à conquista de títulos. Desde a criação da Superliga sul-africana em 1996, os Sundowns venceram a competição por 15 ocasiões, sendo mesmo octocampeões em título.  

A competitividade constante é abrilhantada por um estilo de jogo inspirado no Joga Bonito canarinho e no tiki taka espanhol: técnica afinada, circulação de bola simples e alucinante e liberdade de criação no último terço. 

A ligação do Sundowns ao futebol brasileiro continua a dar frutos em 2025: o criativo Lucas Ribeiro acumula mais de 3700 minutos e regista 21 golos marcados esta época.  À conquista do campeonato sob o comando de Miguel Cardoso, destaca-se um notável segundo lugar na Liga dos Campeões Africanos.

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